Marcio Razera, country manager da empresa no Brasil, destacou, durante o AVEVA World Conference Brazil, a necessidade de mudança de cultura interna para que as indústrias digitalizem seus processos corretamente
O atual momento de transição das indústrias para a transformação digital foi o tema central do AVEVA World Conference Brazil, evento promovido pela AVEVA - líder global em software industrial e de engenharia -, em São Paulo, no dia 23 último. Com a presença de cerca de 500 pessoas, o encontrou reuniu as lideranças da AVEVA e representantes de clientes, com a apresentação de cases bem-sucedidos de transformação digital, como o da Adnoc, nos Emirados Árabes Unidos, e da Nestlé e da Klabin, no Brasil.
Evento discutiu as transformações necessárias à indústria nacional para os tempos digitais. Foto: Divulgação.
"O processo de transformação digital ainda precisa avançar na indústria em geral, em comparação a setores como o de saúde, finanças e varejo", observou Marcio Razera, country manager da Aveva no Brasil, ao destacar que, promover a transformação digital é mais do que utilizar tecnologias como a Realidade Virtual, a Realidade Aumentada, a Inteligência Artificial e o Machine Learning para atender aos desafios da indústria. "O mais importante é a mudança cultural interna que a organização precisa realizar de forma a compreender a necessidade de se digitalizar por completo e, assim, não só obter maior lucratividade, mas manter-se competitiva no mercado", avalia Razera.
Hoje, o maior fator de transformação digital no setor industrial é a necessidade de lidar com as consequências comerciais dos períodos de inatividade não planejados. Grande parte da indústria tem paradas programadas, mas quebras inesperadas de peças, entre outros imprevistos, podem causar prejuízos inesperados. A transformação digital, por meio das soluções de softwares da AVEVA, pode minimizar os imprevistos, já que as soluções utilizadas em diversos setores de uma indústria convergem suas informações para um centro de comando pelo qual funcionários da empresa podem vislumbrar todo o quadro do que se passa nas atividades do ativo. Isto facilita a compreensão e agiliza a tomada de decisão conforme os eventos internos acontecem.
No evento, a AVEVA ressaltou as três etapas principais para acelerar a jornada de transformação digital organizacional. O primeiro é a instalação de um Centro Operacional Unificado para visualizar os dados industriais que a empresa já possui. O segundo passo é usar os dados para liberar o OPEX ou o orçamento operacional, criando um gráfico de conhecimento sobre o ativo e utilizando o aprendizado de máquina e a inteligência artificial para prever possíveis falhas. Esse processo, chamado Asset Performance Management, ou APM, é uma área que está se transformando rapidamente com muita inovação. E o último passo é usar os dados para remover os riscos, trazendo simulação para o projeto de engenharia e usando a nuvem para eliminar os fluxos de trabalho herdados.
Treinamento é essencial
A transformação do processo analógico das indústrias para o digital é uma nova fronteira na qual o aprimoramento dos funcionários deve ser priorizado pelas empresas, acredita Razera. Ele destaca que os profissionais de hoje já devem dominar tecnologias como: modelos de realidade virtual imersiva para plantas industriais, realidade aumentada para o funcionamento de máquinas complexas, aplicações que rodam na nuvem para acesso em qualquer lugar, e modelos matemáticos avançados com base em inteligência artificial e machine learning.
Além de treinamentos realizados em realidade virtual para funcionários de seus clientes, a AVEVA também disponibiliza um programa acadêmico para novos engenheiros, que podem já treinar nos softwares da empresa enquanto cursam suas universidades, tendo acesso à simuladores de processo como o AVEVA Process Engineering, AVEVA Dynamic Platform, AVEVA Simulation Platform, AVEVA XR e o AVEVA Dynamic Simulation.
"A transformação digital envolve três pilares principais, a tecnologia, os processos e as pessoas. As tecnologias são ferramentas que permitem melhorar os processos e dar maior poder de decisão e controle para as pessoas executarem perfeitamente suas funções. Maior colaboração e melhores tomadas de decisões geram mais satisfação pessoal e melhores resultados para os negócios", conclui Razera.