Embarcações solares que não emitem gases poluentes? Parece algo de um futuro distante, mas a tecnologia de desenvolver embarcações com motores elétricos de propulsão que são alimentados por baterias carregadas por painéis solares existe e já está em uso no mundo. No Brasil, infelizmente, esta engenharia ainda é pouco explorada, com iniciativas de projetos de pesquisa, mas nenhuma aplicação comercial efetiva.
Para reverter este quadro e divulgar esta alternativa tecnológica, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) organiza anualmente uma competição de embarcações solares (protótipos de competição) denominada Desafio Solar Brasil. O professor titular do Departamento de Engenharia Elétrica da UFRJ, Walter Issamu Suemitsu, explica que o intuito é banir aos poucos a poluição gerada pelos sistemas de propulsão à combustão e os híbridos.
"Os sistemas de propulsão atuais são movidos a motores de combustão ou híbridos, isto é, um à combustão aciona um gerador elétrico que por sua vez alimenta o motor elétrico de propulsão. Já os sistemas híbridos provocam menos quantidade de gases de efeito estufa que os motores puramente de combustão", diz o Suemitsu.
O professor afirma que, em princípio, o sistema de propulsão elétrico pode ser aplicado em qualquer tipo de embarcação. "A principal vantagem é a não emissão de gases de efeito estufa, o que traz um grande benefício para o ambiente reduzindo a poluição. Outros prós são a maior eficiência dos motores elétricos, menor volume e peso sem diminuir a potência e a facilidade de manutenção", diz Suemitsu, que acrescenta: "atualmente a maior desvantagem é a necessidade de uso de baterias para o armazenamento de energia".
A tendência já é realidade em países da Europa, como França e Alemanha que estudam a proibição de veículos a combustão a partir de 2040. Segundo o professor da UFRJ, há poucos dados sobre o assunto, mas o mais recente relata que, em 2013, existiam na França 30 embarcações de passageiros totalmente elétricos. "Além do transporte de passageiros, estuda-se a aplicação em navios e lanchas da Marinha", afirma. No Brasil, em 2014, o Instituto Ekko Brasil (IEB) em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebeu uma embarcação que usa energia solar para ser utilizado em trabalhos de pesquisas, mobilização social e educação ambiental na Lagoa do Peri, em Santa Catarina.
Saiba porquê os cientistas querem banir o uso do glitter
Pesquisas e estudos acadêmicos estão chegando a um consenso: o glitter pode ser muito mais prejudicial à natureza do que as pessoas imaginam.
Após ser retirado na pia do banheiro e ir embora pelo ralo, o glitter se torna mais um tipo de microplástico poluente para os oceanos, que nada mais são do que fragmentos de plástico de menos de 5 milímetros, que devido ao seu tamanho mínimo, se tornam ainda mais propensos a serem ingeridos por diversas espécies, como plâncton, peixes e aves marinhas.