A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e a Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra) assinaram na manhã na segunda-feira (21) um acordo de cooperação técnica visando a inserção de informações do Manual de Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos, da Abiquim, no Banco de Dados de Produtos Perigosos. A solenidade ocorreu no auditório do edifício-sede da Autoridade Portuária.
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O diretor-presidente da Codesp, José Alex Oliva, afirmou durante o ato solene que “com esse convênio muda a forma de controlarmos todos os produtos químicos movimentados no Porto de Santos. Teremos informações em tempo real, que nos permitirá evitar ocorrências como as vivenciadas no passado. Nós saberemos o trajeto e onde os produtos estarão armazenados, facilitando o monitoramento para que a sua operação não traga riscos à sociedade ou ao Porto”. Segundo o presidente, a assinatura do Termo de Cooperação torna público um trabalho que vem sendo desenvolvido há oito meses no âmbito do Claps e que já está em pleno funcionamento, após período de testes.
Segundo Alex Oliva, o Comitê de Crise do Porto de Santos será informado, num prazo máximo de cinco minutos, sobre a ocorrência de incidentes no complexo portuário. “O Centro de Controle de Operações da Guarda Portuária recebe as informações online sobre movimentação desse produtos e, no caso de sinistro, notifica o Comitê de Crise, acionando-se as equipes que atuam no seu combate”, explica o presidente.
O presidente do Conselho de Administração da Abtra, Bayard Umbuzeiro, explicou que a Abtra tem o sistema que contem informações sobre todos os produtos perigosos operados no Porto de Santos. “Isso propicia a todos os entes envolvidos no combate a emergência informações que facilitam identificar o tipo de produto envolvido em um sinistro e a melhor maneira de combatê-lo.
“Hoje temos informações sobre os produtos químicos, como tratar uma emergência química e como combatê-la, principalmente, em seus primeiros momentos. Por outros lado, o Porto de Santos tem informação sobre os produtos. Compartilhando esses dados, na eventualidade de um acidente, fica muito mais rápido tomar decisões e adotar as medidas corretas para evitar que o incidente tome proporções maiores", ressaltou o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo.
Já o diretor-presidente da Suatrans, Giuliano Borlenghi, mencionou que “apesar de todos os esforços e cuidados, acidentes podem ocorrer, assim, o recurso mais importante que podemos ter é o conhecimento para darmos uma boa resposta a incidentes. A Suatrans ofereceu à Abiquim o desenvolvimento do primeiro aplicativo brasileiro voltado, exclusivamente, para o atendimento de emergências com produtos perigosos, que está sendo utilizado no Porto de Santos.
A inclusão das informações do manual da Abiquim é resultado das ações previstas pelo Grupo de Trabalho de Prevenção de Sinistro do Porto de Santos (GTPS), criado por iniciativa da Comissão Local das Autoridades Anuentes do Porto de Santos (Claps), presidida pela Codesp.
O GTPS, liderado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), modelou o Banco de Dados de Carga Perigosa, já testado no âmbito do Plano de Auxílio Mútuo (PAM), tanto nos chamados simulados de mesa – exercício de combate a sinistro desenvolvido de forma virtual, como nos vários eventos de simulação física de ação de emergência já realizados.
Com a inclusão do manual da Abiquim, o Banco contará com mais informações para combate emergencial em caso de sinistro, agregando dados sobre vários aspectos dos produtos químicos (substâncias ou misturas) quanto à segurança, à saúde e ao meio ambiente, imprescindíveis para aprimorar as ações do PAM em casos de emergência.
A conexão desses dados e o acesso imediato ampliarão, significativamente, o controle sobre as cargas perigosas movimentadas e armazenadas nos terminais e tornará mais eficientes a prevenção e a agilidade no combate a sinistros com produtos químicos no porto, complementando informações sobre a localização de cargas perigosas dentro de cada terminal (fila, pilha, contêiner), já concentradas desde o ano passado no sistema para acesso on-line pela Unidade de Segurança da Codesp, representada pela Guarda Portuária.
A Autoridade Portuária, em caso de acidente, terá condições, agora, de identificar imediatamente a ficha técnica completa da carga sinistrada para adoção da melhor estratégia, considerando equipamentos e produtos adequados para resolver o incidente com mais agilidade e eficiência.