O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) marcou, para o meio-dia desta sexta-feira (29/04), audiência de conciliação e instrução entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sindrod) e a Ecoporto Santos, do grupo Eco Rodovias. A empresa opera serviços de logística na margem direita do Porto de Santos, com seis terminais, e mandou telegrama a 140 motoristas, colocando-os em aviso-prévio de demissão. Eles estão acampados, desde a manhã desta quinta-feira (28), diante do terminal da empresa no Valongo.
As dispensas foram anunciadas na terça-feira (26) em represália à rejeição de proposta da empresa para renovação do acordo coletivo de trabalho na data-base de março. Diante do aviso das demissões, o sindicato reuniu os profissionais em nova assembleia, quando decidiram acampar no pátio 1 da empresa, na Avenida Engenheiro Antônio Alves Freire, sem número. O sindicato protocolou pedido de dissídio coletivo no TRT, na tentativa de suspender as demissões.
Saúde
A categoria não aceita pagar de 20% a 30% nas consultas médicas e laboratoriais inferiores a R$ 250, conforme proposta da empresa para o plano de saúde Unimed. Os trabalhadores, explica o vice-presidente do sindicato, José Alberto Torres Simões ‘Betinho’, até acatam o reajuste salarial de 5%, proposto pela Eco Porto, contra a inflação acumulada de 10,5% em 12 meses.
“Mas o retrocesso no plano de saúde, a categoria não pode aceitar”, diz o sindicalista. “Seria concordar com praticamente a revogação de um direito conquistado a duras penas”. Os trabalhadores aceitariam também a proposta patronal de 10% no
vale-refeição, que passaria de R$ 25,73 para R$ 28,29, a aplicação de 9% nas demais cláusulas econômicas e aumento do adicional noturno de 40% para 50% a partir de julho. Mas contra a mudança no plano de saúde, acataram sugestão do jurídico do sindicato e resolveram solicitar medida cautelar judicial, fato que levou a empresa a demiti-los.