Wellington Rodgério é diretor financeiro do Grupo Sabará, empresa especializada no desenvolvimento de tecnologias, soluções e matérias-primas de alta performance, voltadas aos mercados de tratamento de águas, cosméticos, nutrição e saúde animal e à indústria de alimentos e bebidas
No mundo em que vivemos, com tantos danos ambientais e sociais, já é ultrapassado pensar na prática da sustentabilidade por si só. O conceito diz que é preciso preservar o que temos hoje com a finalidade de garantir as gerações futuras, porém é preciso ir além: dentro de sua esfera de contribuição, empresas e comunidades – e não somente o poder público – devem desenvolver iniciativas para recuperar o planeta.
Para as organizações privadas, é importante que a relação entre a economia, o social e o ambiental esteja afinada. Ou seja, as companhias não podem mais atuar pensando só em gerar lucro e, por meio do uso sustentável de recursos e do desenvolvimento humano, devem estar adequadas a toda cadeia de valor, à preservação da água e à biodiversidade. Em busca de reforçar a importância do envolvimento de todos os setores com a sustentabilidade, a Organização das Nações Unidas implementou, em 2015, 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), cuja finalidade é aplicar universalmente, até 2030, ações que contribuam com o fim da pobreza, da desigualdade e que combatam as alterações climáticas.
Em 2016, a ONU reconheceu dez líderes empresariais (Local SDG Pioneers) de todo o mundo para atuarem como agentes fomentadores desses 17 objetivos, com a finalidade de defender a sustentabilidade por meio de seus negócios. Neste seletíssimo time, estão dois brasileiros: Sonia Favaretto, diretora de Imprensa e Sustentabilidade da BM&FBOVESPA, e Ulisses Sabará, presidente do Grupo Sabará e reconhecido por seus esforços alinhados à Vida Terrestre.
O tema Vida Terrestre foi definido como o ODS de número 15 e reconheceu um líder empresarial como exemplo mundial do trabalho que as organizações precisam desenvolver para proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, reverter a degradação da terra e deter a perda da biodiversidade. À frente do Grupo Sabará, sobretudo da unidade de negócios Beraca, Ulisses Sabará põe em prática uma gestão alinhada ao serviço de transformação, reunindo o desenvolvimento econômico e a inclusão social de milhares de famílias para garantir a integridade ambiental das regiões em que a empresa atua.
Essa transformação não ocorre apenas junto às comunidades que trabalham em parceria com a empresa, mas também com pessoas que precisam de melhores condições no que diz respeito ao saneamento básico. O Grupo Sabará é responsável também pelo projeto “Piauí - Água, Cidadania e Ensino” (Pace), na região de Curimatá, no Piauí. Por conta da seca que aflige a vida das famílias locais, a iniciativa promove o fácil acesso à água potável, visa a restauração de escolas e estimula a geração de renda local.
Os benefícios que já impactaram a comunidade são a construção de quatro poços e estações de tratamento, a captação e o tratamento de 11 milhões de litros de água para uso tanto no cultivo como em atividades cotidianas, a renovação de quatro escolas, a construção de um centro comunitário para a realização de atividades culturais e educacionais, e a implementação de um sistema de permacultura. Além disso, em função do cultivo, alguns moradores começaram a vender suas hortaliças em feiras locais e até mesmo em outras cidades.
Esses são apenas exemplos de iniciativas que instituições privadas podem colocar em prática na busca por um mundo melhor. Lutar em defesa das questões ambientais e sociais é fundamental para que as companhias sobrevivam, mesmo diante do mercado competitivo em que vivemos