Por Vinicius Callegari, Co-Fundador da GaussFleet, maior plataforma de gestão de máquinas móveis para siderúrgicas e construtoras.
A gestão eficiente das operações de logística interna é um dos pilares fundamentais para o sucesso de empresas que dependem de fluxos internos complexos, como as indústrias manufatureiras e centros de distribuição. Nesse contexto, a capacidade de tomar decisões em tempo real é um diferencial competitivo, permitindo respostas ágeis a desafios operacionais e otimizando o uso de recursos.
Nesse cenário, as tecnologias de telemetria e Internet das Coisas (IoT) emergem como soluções cruciais para atender a essa necessidade, fornecendo dados precisos e em tempo real que orientam a tomada de decisões. Quando integradas, essas tecnologias potencializam o desempenho das operações ao fornecer informações essenciais sobre máquinas, equipamentos e sistemas logísticos.
A telemetria, que é o processo de coleta, transmissão e interpretação de dados remotamente, quando integrada a sensores e dispositivos conectados via IoT, amplia sua eficiência ao oferecer informações em tempo real sobre o desempenho de diferentes componentes das operações.
Por sua vez, IoT refere-se à interconexão de dispositivos que compartilham dados via redes, abrangendo sensores, dispositivos de rastreamento e sistemas integrados que monitoram atividades como movimentação de mercadorias, status de inventário e condições operacionais. Essa combinação permite que gestores identifiquem e solucionem problemas, como gargalos na linha de produção, falhas em equipamentos e erros de inventário de forma imediata, minimizando impactos negativos e garantindo a continuidade das operações.
A aplicação de sensores IoT instalados em empilhadeiras, por exemplo, possibilita o monitoramento do uso, consumo de combustível e intervalos de manutenção. Caso um equipamento apresente falhas, o sistema pode alertar os gestores instantaneamente, reduzindo o tempo de inatividade.
Dispositivos IoT conectados a sistemas de gerenciamento de armazéns (WMS) rastreiam em tempo real a localização e quantidade de itens no inventário, eliminando a necessidade de contagens manuais e reduzindo erros humanos. A telemetria aplicada ao monitoramento de máquinas e veículos internos fornece também, informações detalhadas sobre produtividade, temperatura, desgaste e consumo de combustível, o que facilita a manutenção preditiva e reduz custos com reparos inesperados.
O uso de IoT também permite o rastreamento de materiais e fluxos de trabalho, identificando gargalos operacionais em tempo real e possibilitando ajustes rápidos para melhorar a eficiência e o aproveitamento dos recursos. Esses avanços têm impacto direto nos custos operacionais. Segundo um estudo da Deloitte, empresas que utilizam IoT para monitoramento em tempo real conseguem reduzir até 20% dos custos operacionais, enquanto a manutenção preditiva pode diminuir em 25% os gastos com reparos. A precisão no gerenciamento de estoques reduz o capital parado e o desperdício de materiais, garantindo um retorno sobre o investimento (ROI) positivo em curto e médio prazo.
Entretanto, embora os benefícios sejam evidentes, a adoção dessas tecnologias exige planejamento cuidadoso. Entre os desafios estão os custos de implantação, que incluem investimento inicial em infraestrutura e integração de dados, e a necessidade de medidas robustas de segurança para proteger as informações contra ciberataques.
Por fim, ao realizarmos essa análise, podemos perceber que a integração de telemetria e IoT em operações de logística interna representa um marco na busca por maior eficiência e redução de custos. Essas tecnologias permitem uma gestão mais ágil e assertiva, garantindo que decisões sejam tomadas com base em dados precisos e em tempo real. Ao superar desafios iniciais de implementação, as organizações podem se beneficiar de processos mais inteligentes, alinhados às demandas dinâmicas do mercado atual. O futuro da logística interna é digital, e telemetria e IoT estão na vanguarda dessa transformação.