Por Fernando Fuertes, Engenheiro e Desenvolvedor de Novos Negócios da Acro Cabos
Garantir uma movimentação de cargas segura em plataformas offshore é essencial para proteger os operadores e o ambiente de trabalho. As operações de guindastes vêm com muitos desafios que exigem adesão rigorosa aos protocolos de segurança para reduzir riscos e evitar acidentes. Além disso, certificar que os materiais utilizados estejam dentro das normas de utilização é outro ponto crucial em todo o processo.
As movimentações de cargas offshore envolvem operações complexas em um ambiente hostil e imprevisível. Os riscos incluem falhas mecânicas, erros humanos, condições climáticas adversas e variações da situação do mar. Considerando esses fatores, é fundamental priorizar medidas de segurança para evitar acidentes e lesões. A falha em lidar com esses riscos adequadamente pode levar a incidentes em grande escala, incluindo danos ao equipamento, perigos ambientais e à vida.
Vários órgãos reguladores regem as operações de guindastes offshore, estipulando padrões e diretrizes de segurança obrigatórios. Esses regulamentos visam garantir que todos os aspectos do trabalho, desde a manutenção do equipamento até o treinamento do operador, atendam aos critérios estabelecidos. O cumprimento dessas regras além de aumentar a segurança operacional, garante proteção legal para as empresas. As organizações devem se manter atualizadas com as mudanças nas normas para manter a conformidade e promover uma cultura segura.
Projeção de crescimento
De acordo com levantamentos da Global Data, o Brasil conta hoje com mais de 150 plataformas offshore por toda a costa do país. Destas, cerca de 69 estão operando de maneira flutuante nas bacias de Santos e Campos, na região Sudeste. Já na região Nordeste, nas bacias de Sergipe, Potiguar, Ceará e Camumu, são mais de 60 plataformas operando em águas rasas, o que favorece a instalação e operação de plataformas fixas. Ou seja, 90% da produção de petróleo e gás no país é offshore e acontece em águas profundas.
Os dados também apontam que em aproximadamente dois anos o Brasil será responsável por 23% da produção mundial de petróleo offshore. Com isso, o país será um dos líderes na produção do combustível nesta modalidade, com capacidade de produzir 1,16 milhões de barris por dia.
Capacitação técnica
O treinamento da equipe é essencial para garantir a segurança durante a movimentação de cargas. Os programas de capacitação geralmente cobrem tanto o conhecimento técnico quanto as habilidades práticas necessárias para certificar-se que as operações ocorram de forma segura. Os cursos podem incluir tópicos como entender a mecânica do guindaste, gerenciamento de carga, procedimento de respostas a emergências e conformidade.
A certificação apropriada também é um fator determinante para garantir que as operações aconteçam adequadamente. Para obtê-la, os operadores normalmente precisam passar em exames escritos e práticos que mostrem suas habilidades. Além disso, devem participar de cursos regulares de treinamento para se manterem atualizados com os avanços tecnológicos e mudanças processuais.
Avaliações e manutenções
Antes de iniciar qualquer operação, é essencial inspecionar todos os componentes mecânicos. Isso inclui investigar o desgaste, garantir que todas as partes móveis estejam bem lubrificadas e verificar se a integridade estrutural do guindaste está intacta. Inspeções regulares ajudam a identificar possíveis problemas antes que aconteça alguma falha, aumentando assim a segurança e a eficiência operacional.
Além disso, garantir que todos os dispositivos e controles de segurança estejam funcionando corretamente é fundamental para uma operação segura. Isso certifica que o guindaste opere como esperado em momentos críticos.
O clima desempenha um papel crucial nas operações de guindastes offshore. Situações desfavoráveis, como ventos fortes, chuvas intensas ou tempestades, podem elevar o risco de acidentes. As condições marítimas também são um fator importante. Mares agitados podem levar à instabilidade e aumentar a dificuldade de gerenciar as cargas com segurança.
Calcular com precisão os limites de cargas é um fator determinante para práticas seguras de elevação. É preciso entender a capacidade de carga do guindaste e garantir que ele não seja excedido durante as operações. Avaliações incorretas podem levar a falhas de equipamento e acidentes.
A manutenção e inspeções regulares são elementos fundamentais. As verificações programadas ajudam a identificar e corrigir possíveis problemas antes que eles se agravem, garantindo que o equipamento permaneça em boas condições de funcionamento. Ao integrar esses procedimentos de preparação para emergências, avaliações regulares e rotinas de inspeção nas operações diárias, as empresas podem melhorar significativamente a segurança e a confiabilidade dos guindastes offshore.
Benefícios da certificação
A certificação de equipamentos de movimentação de cargas envolve um processo abrangente de inspeção e avaliação, e isso inclui testes de funcionamento adequado de todos os sistemas para garantir que atendam às especificações e padrões de segurança, também existe a verificação da documentação técnica, como manuais de operação, certificados de manutenção e registros de inspeção anteriores.
A inspeção visual detalhada das condições gerais do equipamento, incluindo estruturas, componentes mecânicos, elétricos e hidráulicos também ajudam na identificação de possíveis riscos e pode identificar medidas de controle necessárias para mitigá-los.
Por isso, é importante garantir a conformidade com a NR-29 (Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário) e outras regulamentações pertinentes, pois reduz os riscos de acidentes e incidentes, protege a integridade dos trabalhadores sem contar que prolonga a vida útil dos equipamentos e diminui custos de manutenção.
A certificação é um passo extremamente importante, pois a adesão a todos esses protocolos de segurança rigorosos, não apenas serve para mitigar os riscos potenciais, mas promove e garante a segurança, eficiência e saúde no trabalho portuário em operações offshore.
Por se tratar de uma operação de alto risco, não há margem para erro, por isso a qualidade dos produtos utilizados e treinamento do profissional responsável é o que vai garantir a segurança e o sucesso na execução.