Por Sérgio Castanheira, gerente de produção, técnico engenheiro mecânico da Acro Cabos
No segmento de amarração, elevação e movimentação de carga, o tópico de segurança está entre os mais destacados, merecendo constante atenção e treinamento. Para que operações sejam realizadas sem acidentes, é fundamental o trabalho de conscientização de todos sobre quais são as melhores práticas e como executá-las de forma segura.
O içamento de cargas é uma atividade complexa que traz uma série de riscos que precisam ser mitigados, como queda de materiais, sobrecarga, acarretando avarias ao equipamento, rompimentos, cortes, danos à carga, entre outros. O grande desafio desse trabalho está no fato de que cada operação é única, uma vez que existem centenas de variáveis que se aplicam a diferentes situações, por isso, é preciso traçar um plano considerando todos os itens e etapas envolvidos na movimentação.
A segurança começa com uma avaliação que deve observar aspectos como as dimensões, o peso, o percurso ponto a ponto, o tipo e a fragilidade da carga, seu centro de gravidade, pontos de pega, entre outros fatores. Em seguida, são definidos quais materiais e dispositivos de conexão devem ser usados, como cintas, correntes, cabos de aço, além de tipos de ganchos, manilhas e olhais, por exemplo.
A condição climática é um ponto de atenção importante que deve ser monitorado, intempéries podem interromper uma operação. Também a estabilidade do solo deve ser verificada em toda a área e o percurso de içamento e movimentação da carga deve ser mapeado para que possa ser devidamente sinalizado.
Estas e outras ações precisam fazer parte de um checklist a ser seguido, garantindo que nada passe sem ser verificado, porém, existem três pontos que devem ser observados com bastante rigor para que esta atividade seja a mais segura possível.
O primeiro ponto diz respeito ao conhecimento e observância das normas técnicas que regulam e definem os padrões para operações de içamento de cargas. As NRs (Normas Reguladoras) e NBRs (Normas Brasileiras) estipulam parâmetros de segurança e padronizam diversas atividades. É fundamental que se conheça aquelas que regulam esta atividade e, claro, que tenham suas diretrizes seguidas em conformidade. Da mesma forma, é preciso atenção às especificações dos equipamentos para que não sejam utilizados em operações para as quais não foram projetados.
O segundo ponto se refere à capacitação de todos os trabalhadores envolvidos na atividade, com destaque para os profissionais que estão operando os equipamentos. É preciso que todos estejam certificados, com treinamentos atualizados e utilizando EPIs corretamente.
O último ponto é sobre a inspeção visual de todos os equipamentos e materiais que serão utilizados no içamento. Cintas, correntes, cabos de aço, lingas, ganchos e ramais devem ser inspecionados de forma criteriosa para identificar possíveis desgastes, falhas e riscos, atestando que atendem aos padrões para aquela atividade. Em caso de identificação de qualquer anomalia, o fato deve ser reportado para que se avalie a viabilidade da operação dentro dos parâmetros de segurança.
A complexidade do trabalho de içamento de cargas requer o máximo de atenção, capacitação, planejamento e a utilização de materiais de qualidade. Garantir uma operação segura requer comprometimento e engajamento de todos os envolvidos. Para que isso se torne rotineiro, é fundamental que se crie no segmento uma cultura de atenção e respeito às normas e aos critérios de qualidade e de segurança.