Sexta, 26 Julho 2024

Antonio Maurício* Engenheiro mecânico e de produção. Especialista em Planejamento e Gestão Pública; Transportes; Transportes Urbanos; Portos; Desenvolvimento Urbano e Políticas Públicas.

Acompanhei como muita atenção a discussão sobre a pandemia e os transportes públicos, ocorrida nos últimos meses.

Iniciativas e algumas propostas muito oportunas, depoimentos centrados e interessantes, mas, para mim, como a maioria de meus colegas, que militamos e tivemos um grande protagonismo no setor, nos quase 50 anos passados, nos dá uma preocupante sensação de que estamos, de novo, correndo atrás do próprio rabo, agora, pela idade, mais devagar.

Tentar repetir formulas que não tiveram êxito no passado, num cenário de situações institucionais e políticas diversas e, algumas vezes (muitas) mais consistentes que a atual, nos parece um bom exercício para o caos. Os mesmos obstáculos sempre estão presentes fazendo que os possíveis avanços sucumbam diante das mesmas forças estruturadamente mobilizadoras (mercado financeiro; especulação do território; capitalismo neandertal e, o sempre presente e atávico, patrimonialismo, que fulcra o comportamento das elites, independentemente de sua definição).

Não conseguimos, com honrosas e poucas exceções, com uma centena de planos, políticas formalizadas, arranjos institucionais diversos e, outras louváveis e meritórias iniciativas, o impacto necessário para a produção de uma sociedade mais justa e que pudesse ser a base para o desenvolvimento e instrumento de equiparação de oportunidades.

Conseguiu-se, com alguma eficiência, há décadas atrás, maximizar a tendência de deslocamentos de pessoas de seus longínquos locais de residência, objeto de um histórico e centenário processo de gentrificação e de perifização, para o trabalho, tentando-se, por diversas vezes, a harmonização no trato, holístico, de todas as questões que interagem no cenário urbano.

Tentar resgatar, na atual crise pandêmica, o “status quo” ameaçado, da situação urbana brasileira, é apostar em um péssimo destino para nosso povo e a nossas aglomerações.

O resultado do trato histórico da questão urbana, além da explicita desigualdade e carência, desnuda, agora, a existência de milhões de seres fantasmas, ao qual podemos associar, como mais um dado, ao não dar certo de décadas de ações públicas gananciosamente equivocadas.

Deve-se sim, s.m.j revirar o fundo dos baús e escutar as mentes abertas em busca daquelas soluções, derivadas de práticas inclusivas, que associando a simbiose das funções econômicas, sociais e urbanas, possam se consagrar em instrumentos da equidade e do bem-estar das populações que produzem e transformam.

Mais atitude e presença pública; mais ações coordenadas e consistentes; políticas claras e transparentes que traduzam os novos tempos e as novas práticas de vida e do trabalho; financiamento por quem se beneficia economicamente dos serviços públicos e; outras tantas chamadas com cara de passado, mas, que agora, em meio a atual crise, se mostraram muito eficazes em alguns setores que nos diferenciam de grande parte do mundo, como o SUS.

Acho que, neste momento de grande crise humanitária que vivemos, nossa missão é alertar a governos e empresas, e outros atores, que o momento não é para truques, não admite erros e jogadas, evitando e combatendo toda e qualquer ação que, entre outras, busque lucrar, tirar vantagem, manter situações economicamente/eticamente inviáveis e sim buscar a harmonia que só a equidade em seu sentido mais amplo pode oferecer.

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