Maria Carolina Avis é professora de Marketing Digital do Centro Universitário Internacional Uninter
Melhor do que pensar que a Inteligência Artificial está dominando o mundo é concentrar forças em usar a revolução tecnológica ao nosso favor. Já ouviu alguém dizendo que tem medo de robôs? A maioria das pessoas pensa que os seres digitais são do mal, quando, na verdade, eles são grandes aliados dos humanos em seu cotidiano. Por isso, é bom nos acostumarmos com os novos habitantes da Terra.
Diante desse contexto, a pergunta que surge é: os robôs vão me substituir em meu emprego? E a resposta é: SIM, se você desenvolve apenas um trabalho repetitivo e mecânico, e NÃO, se você está disposto a se adaptar e se atualizar com essa nova realidade. Os robôs não devem “roubar” trabalhos, e sim complementá-los.
Para pensar o futuro do trabalho, reflita sobre as profissões que existiam 50 anos atrás. Trabalhava-se com o que? A profissão de seus avós, bisavós e tataravós continua existindo? Quantas parteiras você conhece hoje? É uma profissão que não existe mais, assim como algumas profissões que existem hoje desaparecerão em um futuro próximo.
Outras ocupações terão suas atividades complementadas por um robô ou por um bot – robôs não-físicos, como algoritmos e assistentes de voz. O mundo evolui, as profissões se renovam e os profissionais precisam se atualizar para sobreviver em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
Robôs têm uma inteligência sobre-humana e humanos têm emoções que são insubstituíveis. A ideia é que os robôs nos ajudem a realizar atividades com alta performance, rapidez e assertividade. Vale ressaltar que o cérebro humano não foi feito para realizar atividades que os robôs realizam, como processar mais de 50 mil dados. Nosso cérebro funciona da maneira contrária: esquece informações irrelevantes e registra o mais importante.
Em contrapartida, somos ótimos para atividades que exigem criatividade, emoção e outros sentimentos. Então não devemos competir as máquinas, e sim explorar melhor o que temos, trabalhando em conjunto com elas. Devemos valorizar nosso pensamento estratégico e o robô deve fazer o trabalho mecânico, repetitivo.
Por exemplo, existem robôs atuando em cirurgias cardíacas, coordenados por médicos. O robô desempenha habilidades impossíveis para a mão humana, como movimentos curtos, cinco vezes menores do que aqueles feitos pelas mãos de um cirurgião. O robô não vai tomar o lugar do médico, cuja expertise é necessária para o diagnóstico e apuração da necessidade da cirurgia, mas auxiliar seu trabalho.
Martha Gabriel, autora de Você, eu e os robôs, afirma: uma pessoa mediana que usa a tecnologia a seu favor é mais produtiva do que a melhor pessoa “analógica” da área. Em Londres, há alguns anos, decorar o mapa da cidade era uma grande vantagem competitiva para os taxistas. Hoje em dia, quem dirige melhor? Um taxista que tem o mapa na cabeça ou uma pessoa comum, com um aplicativo como o Waze? Obviamente uma pessoa com o aplicativo, que vai obter dados ricos, como acidentes, trânsito e rotas alternativas. Assim, o grande segredo é automatizar o que é repetitivo.
Em um futuro não muito distante, vamos falar mais com robôs e bots do que com seres humanos. Isso porque utilizaremos muito mais a internet das coisas (geladeiras inteligentes que interagem com humanos, cortinas que se abrem, luzes que se acendem com um comando de voz, entre diversos outros produtos). Ou seja, gostando dos seres digitais ou não, teremos que lidar com eles.