Quinta, 28 Novembro 2024

Gustavo Brant, vice-presidente de vendas da DocuSign na América Latina

Todo semestre carrega um mesmo desafio: fazer com que os universitários e novos acadêmicos compareçam às instituições de ensino para renovar seus contratos ou fazer novas matrículas. Essa tarefa fica ainda mais difícil quando avaliamos que os millennials já estão chegando à idade acadêmica e, diferentemente da geração Y, não são nada analógicos. Ou seja, o novo perfil do estudante acadêmico não vai mais à secretaria com uma pasta debaixo do braço carregada de documentos e fotocópias.

Esta nova geração está acostumada a fazer transações financeiras à apenas 1 clique entre uma mensagem e outra pelo smartphone. Não anteder sua necessidade digital, inclusive no início de sua vida acadêmica, é levar a ele um discurso contraditório de que a instituição caminha com a tecnologia para lhe oferecer a melhor preparação da sua nova profissão.

Já vemos algumas ações de “digitalização” acontecendo nas universidades. Áreas do aluno em sites das faculdades, conferência de notas on-line, acesso a vídeo-aulas e envio de trabalho, ou mesmo a emissão de boletos digitais. Então como as universidades, que já possuem essas ferramentas e batem no peito de serem modernas e digitais, podem exigir de seus alunos a ida presencial à secretaria – inclusive os alunos de Educação à Distância (EAD) –, alterando sua rotina eletrônica, para assinar um papel que, no final do dia, será arquivado como os demais.

Analisando o mercado de ensino, além da dificuldade no relacionamento com os alunos, vemos um cenário duro de se sobreviver. Nos últimos anos, o ensino superior brasileiro estagnou. Em 2016, de acordo com o MEC, foram 8,05 milhões de alunos em cursos de nível superior (presencial e a distância), apenas 0,25% a mais que 2015. E as análises que estão sendo feitas referentes ao ano passado seguem a mesma perspectiva.

Agora, se temos no Brasil quase 2,5 mil instituições de ensino superior, sendo que 10 grupos de ensino concentram 1/5 de todas as matrículas – mais de 280 mil estudantes, como os gestores das universidades conseguem respirar em meio a esse cenário? Como reter os atuais e atrair novos alunos?

O diferencial competitivo pode estar presente em pequenas ações, principalmente àquelas que impactam a rotina e o relacionamento com universitários. As universidades precisam parar de usar a tecnologia apenas para transmitir notícias internas e informações de cursos, sem permitir que os estudantes conduzam sua jornada acadêmica. Os estudantes não são mais tradicionais, então se o modelo de relacionamento não for modernizado, a instituição irá perder alunos por frustração e falta de engajamento. Lembre-se que, no Brasil, temos um alto índice de evasão, chegando a 53% nas universidades privadas e 40% em faculdades públicas (Inep-MEC).

Chegou a hora das instituições de ensino mudarem, de uma vez por todas, a maneira com que se relacionam com seus alunos. Ser digital é oferecer processos práticos, ágeis e que exijam o menor esforço possível dos estudantes – desde matrículas e rematrículas, solicitação de bolsas, contratos de estágio, entre tantas atividades do dia a dia de um estudante que as universidades insistem em complicar. A assinatura eletrônica, além de atender aos requisitos de renovação de contrato com alunos, pode ainda levar mais fluidez aos processos das instituições de ensino junto à fornecedores e funcionários. Capacitar uma empresa para ser digital é simples, fácil, rápido e custa menos do que se imagina. Ser digital, no setor educacional, é mais do que necessário.

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