Sexta, 19 Abril 2024

José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)

Reputação – para as pessoas é um patrimônio ligado à honra e valores morais; para as empresas é um ativo essencial com impacto nos resultados econômicos. Nos últimos anos causa-me certo desconforto a frequência e a rapidez com que muitas reputações são destruídas, infelicitando pessoas e destruindo organizações.

Construir uma reputação exige décadas de esforço incessante na busca de uma percepção coletiva positiva baseada em muitos fatores, entre eles, as imagens que uma empresa transmite ao longo de sua trajetória. Conduta ética exemplar, sustentabilidade ambiental, respeito aos direitos humanos, cumprimento de todas as normais sociais, trabalhistas e tributárias, interesse pela comunidade envolvente – é necessário convicção para essa obra, sempre inconclusa e incompleta. É um estereótipo afirmar que a reputação é construída ao longo da vida de uma empresa, mas pode ser destruída em segundos. Porém, é uma verdade assustadora.

Essas considerações remetem aos efeitos de algumas operações realizadas, nos últimos anos, por organismos estatais brasileiros na área da produção de proteína animal. É extremamente longa e complexa essa cadeia produtiva, que inicia com patrimônio genético de alto nível, produção à campo em condições excepcionais de sanidade, inclui o processamento em plantas industriais de última geração, rigoroso controle de qualidade e distribuição para todo o Brasil e outros 170 países. É um setor que emprega milhões de pessoas e gera bilhões de dólares em divisas.

Muitas das operações citadas produziram – em razão dos efeitos midíaticos espontâneos ou provocados – devastadores impactos em empresas que sempre foram e ainda são orgulhos para o País. Em muitos casos, baixada a poeira, verificou-se que os fatos apurados eram isolados e representavam lamentáveis exceções dentro da cadeia produtiva. Corretamente interpretados, os delitos apurados revelam que foi uma minoria de sabotadores que agiu criminosamente e merece ser punida. Na prática, o episódio realçou que, a par do rigor técnico em todas as fases do processo, os frigoríficos adotam a melhor metodologia de controle interno de qualidade, além do acompanhamento de organismos externos como o respeitado Serviço de Inspeção Federal (SIF) e as frequentes auditorias de importadores.

Os estragos, contudo, permanecem até hoje. Os prejuízos de imagem e reputação foram grandes no exterior, esmaecendo sob o aspecto mercadológico o fato da indústria (brasileira e catarinense) ter atingido um elevado nível de segurança e qualidade em sua operação, condição até então internacionalmente admirada e reconhecida.

A crise permitiu, mais uma vez, comprovar que os padrões de biosseguridade, os avanços genéticos e a atenção extrema à sanidade e ao manejo fizeram da nossa produção agropecuária uma das mais seguras de todas as cadeias produtivas, graças ao empenho e profissionalização dos produtores rurais e aos pesados, intensos e contínuos investimentos das agroindústrias. O próprio Ministério da Agricultura atestou que os sistemas de controle de qualidade oficial e das próprias indústrias eliminam a possibilidade de erros ou de não-conformidades. Os danos à imagem das empresas e do País foram imensos.

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