Quinta, 28 Novembro 2024

Fernanda Andrade é gerente de Hunting e Outplacement da NVH - Human Intelligence

Um estudo realizado em 2017, pelo pesquisador Fredy Machado, mostra que 40% dos executivos brasileiros estão infelizes no trabalho. Além disso, existe o fato que 64% afirmam que gostaria de fazer algo diferente do que faz atualmente para ser mais feliz. A pesquisa foi realizada com mais de 300 profissionais, em 21 estados brasileiros e também fora do país.

A maior insatisfação dos executivos está em “não dar conta” de tudo o que precisam fazer. As jornadas excessivas, reuniões intermináveis, bem como o ritmo frenético de trabalho, faz com que os profissionais não se sintam plenamente realizados. A sensação de estar sempre correndo contra o tempo traz uma grande frustração.

O clima organizacional também é decisivo nessa questão. Empresas que não oferecem boas condições de trabalho, em ambientes muito competitivos ou com pessoas de difícil relacionamento, tendem a ser cercadas de profissionais insatisfeitos. Isso afeta a produtividade e mina as possibilidades de crescimento.

Outro ponto que leva à insatisfação é o profissional não fazer o que realmente gosta. Infelizmente, muitas pessoas não conseguem seguir a carreira que escolheu, se vendo obrigadas a buscar alternativas. Nesses casos, se não houver alguém que apoie a transição de carreira, é importante ter um hobby (plano B) paralelo, ainda que voluntário. Ter esse tipo de realização pode até tornar o trabalho oficial mais prazeroso.

Logicamente, salário e benefícios são importantes, mas eles não podem nos escravizar. “Existem muitas pessoas inseguras trabalhando além do necessário para comprar o que não precisam e impressionar a sociedade”. Viver nesse ciclo de superficialidade é extremamente desgastante e desmotivador. Profissionais precisam de um propósito, uma razão para desempenharem seu trabalho com qualidade e felicidade.

É importante também manter equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Todos precisamos de tempo para investirmos e cuidarmos da saúde, dos filhos e até dos estudos. Empresas que demandam que os profissionais fiquem ativos 24 horas por dia, sete dias por semana, acabam impossibilitando a programação de atividades fora da empresa, como frequentar uma academia ou fazer um curso.

Muitos profissionais precisam aprender a ressignificar seu papel, se perguntando se realmente gostam do que fazem, onde fazem e com quem fazem. Todos esses elementos são determinantes para a felicidade no trabalho. Se um deles não estiver bom, talvez seja hora de buscar outra alternativa. A infelicidade no trabalho pode até existir, mas ela precisa ser provisória. Nunca definitiva. Nós temos que ser os protagonistas das nossas carreiras.

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