Uma fila de caminhões carregados com soja voltou a se formar nas imediações do Porto de Paranaguá. O superintendente do porto, Eduardo Requião, disse que a fila se formou porque “operadores portuários, plantadores, cooperativas e produtores de Mato Grosso e Goiás, como estão diante de supersafra, tentam forçar o porto a abrir o silão para a soja transgênica.”
O governo do Paraná não permite o armazenamento de soja transgênica no porto público. Segundo Requião, a legislação prevê suspensão de cinco a 180 dias para as empresas que descumprirem as regras portuárias. Segundo o superintendente, o porto adotou medidas logísticas, entre elas a nominação prévia de navios e local para estocagem, a fim de evitar as filas. Requião afirma que a fila, ontem, era de 400 caminhões. Operadores do porto falam em 700 veículos.
O presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso, Valdir Correa da Silva, disse que a entidade não aceita que se jogue a culpa das filas sobre os produtores. “Por parte do produtor não há nenhum esquema, mesmo porque a primeira soja ele entrega para as tradings como pagamento de dívidas.”
Operadores e corretoras criticaram a restrição para o embarque da soja. “A capacidade do porto é pequena e enquanto há restrição para a soja transgênica, o silo público está com espaço ocioso suficiente para 85 mil toneladas”, diz Maurício Xavier, diretor da Gransol, uma das empresas que opera no porto. A demora no embarque da soja aumenta os custos de transporte, por conta das multas que são pagas a cada dia de espera.
Fonte: O Estado de S.Paulo - 22 FEV 07