O anúncio foi feito pelo governador Eduardo Campos, por telefone, após uma reunião de duas horas com executivos do grupo. “Noventa por cento do caminho foi andado. Os 10% que faltam são o projeto técnico”, afirmou o governador. De acordo com ele, o Estado já reservou uma área de 70 hectares para abrigar o empreendimento, que tem previsão para iniciar a operação em 2009. “Em 90 dias eles formatarão o projeto básico e uma carta-consulta para dar entrada na Adene e no Estado”, comentou, fazendo referência à Agência de Desenvolvimento Econômico do Nordeste (Adene), que poderá financiar o projeto, e à possibilidade de o governo conceder benefícios fiscais à Añón através do Programa de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Prodepe).
Além do governador, participaram do encontro o presidente da Adene, José Zenóbio, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Jorge Côrte Real, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho. Entre os executivos que representaram o grupo espanhol estava o sócio-diretor da CIP Consultores Internacionales, Jesús Garcia Rojo. A consultoria é especializada, entre outras áreas, em análises econômicas e financeiras de viabilidade, localização industrial e estudos para a obtenção de subvenções e financiamentos.
“Se tudo correr bem, ainda no final do ano ou no primeiro trimestre de 2008 terá início a instalação da siderúrgica”, avaliou Campos. A principal matéria-prima da siderúrgica da Añón será a sucata, mesmo insumo trabalhado pela Gerdau Açonorte, fábrica localizada no Curado. De 1997 a meados do ano passado, a Açonorte acumulou investimentos de R$ 233,5 milhões, com previsão de concluir um novo aporte, de R$ 26 milhões, até o final de 2008. A fábrica da Gerdau fechou o ano passado com produção de 280 mil toneladas.
Para o governador, a princípio a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) pode funcionar como a principal fornecedora de energia para a siderúrgica espanhola e, em um segundo momento, entrariam a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) e o coque que será produzido pela Refinaria Abreu e Lima. A demanda da Añón será de 400 megawatts-hora (MWh).
A companhia atua com foco na produção de vigas e vergalhões para o setor da construção civil e detém 30% do mercado espanhol.
Fonte: Jornal do Commercio - 15 FEV 07