Domingo, 19 Mai 2024

A preocupação dos países com o aquecimento global deve estimular o aumento da demanda por combustíveis renováveis e atrair o interesse dos fundos de investimento e de private equity para o setor sucroalcooleiro no Brasil. O diretor da Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity (Abvcap), Marcus Regueira, estima que o aporte de recursos no setor deve chegar entre US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões este ano.

Segundo ele, o mercado está muito aquecido, impulsionado pelo aumento do interesse dos fundos estrangeiros em investir em fontes de energia limpa. Cerca de três operações estão em andamento neste momento no setor de açúcar e álcool.
A demanda por combustíveis renováveis tem crescido. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou a intenção de adotar a meta de utilização de 20% de combustíveis renováveis nos veículos em um prazo de 10 anos. A França também anunciou semana passada que deve estabelecer a participação de 7% do etanol no consumo de combustíveis no país até 2010.

De olho nesse potencial mercado, gestoras e consultorias nacionais se movimentam para lançar fundos deprivate equity e venture capital focados no setor de bioenergia. A Maxambiental deve lançar um fundo de private equity ainda no primeiro semestre. O fundo deve ser formado com a captação de recursos de investidores estrangeiros, que deve chegar a US$ 50 milhões. “A liquidez no mercado internacional é muito grande, os fundos estão dispostos a aplicar grandes cotas no setor de bioenergia no Brasil”, afirma Flávio Brando, presidente da Maxambiental.

Segundo ele, há uma grande demanda das empresas do setor sucroalcooleiro por financiamento para desenvolver seus projetos, e como o mercado de capitais no Brasil ainda é muito pequeno e o acesso ao crédito é restrito, há grande espaço para a entrada dos fundos de equity. “Já estamos negociando com dois investidores estrangeiros e há grande interesse em adquirir participações em usinas de álcool brasileiras”, afirma.

Além do investimento direto nas empresas, o fundo também deverá atuar na estruturação e comercialização de Certificados de Redução de Emissões (CREs), ou créditos de carbono.
Com interesse também na comercialização dos CERs, a Stratus Banco de Negócios lançou um fundo de venture capital no ano passado, Stratus VCIII, com foco de investimento nos segmentos de biomassa, biodiversidade, biotecnologia e tecnologias ambientais.

Com capital de R$ 60 milhões, o fundo deve investir em cerca de seis a oito empresas, afirma Philippe Lisbona, diretor do fundo. Ele explica que o fundo busca empresas com atuação já consolidada, em estágio operacional avançado, com faturamento entre R$ 20 milhões a R$ 100 milhões ano e que necessitam de recursos para expandir o negócio. “Nesse sentido, esforços concretos na trilha da sustentabilidade deixam de ser exclusividade de grandes empresas multinacionais e são incorporados em outras frentes do sistema financeiro como os fundos de venture capital”, ressalta.
Segundo um relatório produzido pela Cleantech Venture Network, a estimativa é de que, entre 2005 e 2009, os investimentos de fundos de venture capital em tecnologias limpas em todo o mundo cheguem a cerca de US$ 10 bilhões. Somente nos Estados Unidos esse segmento deve captar cerca de 10% do portfólio total desses fundos.

Investimentos estrangeiros
Segundo o sócio diretor da Evolve, Roberto Paschoali, que atua na consultoria e intermediação de projetos, muitos fundos europeus estão interessados em adquirir participação em empresas brasileiras do setor de bioenergia interessados na geração de crédito carbono.

O potencial de crescimento do consumo de etanol atraiu players internacionais para o País, como a Clean Energy Brasil (CEB).
A empresa, criada com a finalidade de investir em usinas sucroalcooleiras no Brasil, tem como gestora executiva a Temple Capital Partners, que possui participação da consultoria britânica Czarnikow, e da consultoria brasileira Agrop (Agropecuária Orlando Prado Diniz Junqueira) e do banco de investimento inglês Numis Corporation. A última operação foi a aquisição de 49% da usina paranaense Usaciga, operação estimada em US$ 140 milhões.

A Infinity Bio-Energy, empresa de produção de biocombustíveis, já investiu cerca de US$ 300 milhões na aquisição de três usinas: Alcana e Cridasa, que pertenciam ao fundo inglês Evergreen, e Usinavi. A Infinity possui participação do fundo americano Kidd & Company, que possui 25% do seu capital, e deve entrar no setor de produção de biodiesel nos próximos meses.

O banco Société Générale também deve fechar três projetos ainda no começo deste ano. O banco lançou no ano passado um fundo de private equity que deve investir US$ 1 bilhão no prazo de quatro anos em aquisições de participação de grupos ligados a bioenergia. “O Brasil é de longe o produtor mais eficiente do mundo em termos de custo no setor sucroalcooleiro”, afirma Patrick Funaro, gestor do fundo.

A perspectiva de crescimento do setor de bioenergia ainda tem atraído nomes como Roberto Rodrigues e Armínio Fraga. A Gávea Investimentos lançou um fundo de private equity no ano passado, que possui um patrimônio de R$ 200 milhões, e tem como um dos focos o setor sucroalcooleiro e de bienergia. O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, também está estruturando um fundo para financiar projetos no segmento de álcool e biodiesel, e deverá investir em novos empreendimentos, na compra de terras e aquisições acionária.

A entrada de novos investidores deve movimentar as operações fusões e aquisições. Segundo o sócio da KPMG Corporate Finance, André Castello Branco, no ano passado foram registradas novas operações, sendo que duas contaram com a participação de fundos. A expectativa é de que esse número aumente este ano. “Há uma grande liquidez no mercado que deve impulsionar novas aquisições e abertura de capital de empresas desse setor”, afirma.

Fonte: DCI - 07 FEV 07

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