Domingo, 19 Mai 2024

Sem conseguir apoio do Brasil para a criação da petroleira continental Petrosul, a Venezuela vem adotando uma espécie de “agenda bilateral” para ampliar a presença de sua estatal PDVSA no mercado de petróleo do continente. Em acordos de investimentos com governos da região, principalmente os alinhados com as idéias do presidente Hugo Chávez, a companhia já fincou os pés em pelo menos seis países, da Nicarágua à Argentina.

A última frente de batalha está na área de refino, tema de quatro acordos assinados desde o final do ano passado. Com o argumento de que pretende atrair para a região as elevadas margens de refino hoje em mãos de países desenvolvidos, Chávez quer fazer da América Latina um grande parque refinador do petróleo venezuelano. O projeto vem ganhando corpo desde o início do ano e foi tema da exposição de Chávez durante a reunião de presidentes da Cúpula do Mercosul, em janeiro.

Segundo Chávez, sem capacidade para refinar o petróleo que vende aos americanos, seu país deixa de ganhar US$ 10,9 bilhões por ano. Pelas suas contas, são 1,5 milhão de barris de petróleo bruto por dia, que custariam US$ 20 por barril a mais se fossem exportados como combustíveis. “São empregos que poderíamos criar aqui”, afirmou Chávez em seu discurso na cúpula, no qual diz ainda que a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do planeta. Declaração que, segundo especialistas, só será verdadeira quando o país confirmar as jazidas gigantes da Faixa do Orinoco, estimadas em 260 bilhões de barris.

Os planos de Chávez incluem a Refinaria Abreu e Lima, em parceria com a Petrobrás, em Pernambuco, que custará US$ 4 bilhões e irá processar 200 mil barris de petróleo por dia. Parte disso virá do Orinoco, onde a estatal brasileira ganhou uma fatia do projeto chamado Carabobo 1, com reservas estimadas em 9 bilhões de barris. A PDVSA terá 40% da refinaria, mesmo porcentual garantido à Petrobrás.

Em meados do ano passado, a PDVSA assinou com o estatal uruguaia Ancap uma carta de intenções para avaliar investimentos na refinaria La Teja, no Uruguai, com capacidade para processar 50 mil barris por dia, volume que deve ser duplicado com o acordo. Esta também usará o óleo de Orinoco segundo o ministro venezuelano de Energia, Rafael Ramírez.

Desde o início do ano, Chávez fechou parcerias com a Nicarágua, o Equador e a Argentina, esta última há duas semanas. O acordo prevê a operação conjunta entre a PDVSA e a estatal argentina Enarsa da refinaria Rhasa, para dobrar a capacidade atual, de 7 mil barris por dia.

Especialistas vêem nas iniciativas uma tentativa de tornar mais factível o projeto Petrosul, grande petroleira do continente sul-americano defendida por Chávez. Com o caixa inflado de petrodólares, Chávez vem anunciando ajuda a países do continente.

Na Bolívia, por exemplo, criou, em parceria com a estatal local YPFB, a Petro Andina. A empresa, controlada pelos bolivianos, mas com dinheiro da PDVSA, vai investir em projetos de exploração e produção de campos de petróleo e gás e industrialização de gás natural.

Segundo o ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, a Petro Andina já tem quatro blocos exploratórios na Bolívia e deve ficar com 10% do contrato de vendas de gás à Argentina, assinado no ano passado.

Fonte: O Estado de S.Paulo - 05 FEV 07

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