Quarta, 08 Mai 2024

Após dois anos de crise de preços, o agronegócio brasileiro apresenta sinais de recuperação e volta a impulsionar as vendas de indústrias fornecedoras de insumos para o setor. O diretor da área de Produtos Agropecuários do Grupo Gerdau, Paulo Ricardo Tomazelli, acredita que o reaquecimento das vendas para o setor, já registrado por algumas empresas no final do ano passado, significa o início de um novo ciclo de expansão do agronegócio.
“Consideramos que 2006 foi o ano do estancamento da crise, devendo se iniciar um novo ciclo virtuoso a partir de 2007. O crescimento deve ocorrer com mais intensidade em 2008”, afirma. A razão para isso é que, em 2007, as empresas devem priorizar a quitação de dívidas contraídas nos últimos anos. O executivo acredita que segmentos como bovinocultura, avicultura, ovinocultura e áreas demandantes de aço para a fabricação de máquinas e implementos agrícolas, como soja, milho e algodão, devem crescer pelos próximos quatro anos, o que beneficiará os negócios da divisão da Gerdau voltada para o agronegócio, que responde por aproximadamente 20% dos negócios da companhia no Brasil.

A Sanwey, produtora de modelos big bag utilizados para o transporte de fertilizantes e farelos, entre outros itens, também vê com otimismo o reaquecimento do agronegócio. “Em conversa com clientes desse setor, percebemos que há uma expectativa positiva com relação a isso [recuperação]”, diz o gerente regional de vendas da Sanwey, Eduardo Marrache. Com o aumento de demanda, a empresa já elevou de 15 dias para 25 dias seu prazo de entrega.

A empresa produz cerca de 70 mil peças por mês e poderá acrescer um turno de trabalho caso a demanda por embalagens big bag, que comportam até 2 mil quilos, apresente o crescimento projetado para 2007. Marrache destaca, no entanto, que essa recuperação só poderá ser dimensionada entre fevereiro e março, que é quando cresce a demanda do mercado de fertilizantes.
A Lanxess, que entre outros itens fornece pigmentos e corantes para o agronegócio, também já constatou a ampliação das vendas para esse setor, principalmente no final do ano passado. “Registramos um forte crescimento desse mercado, principalmente de corantes usados em sementes”, destaca o presidente da Lanxess, Marcelo Lacerda. Ele ressalta que essa expansão, no entanto, tem base de comparação pequena, uma vez que os pigmentos orgânicos de alta performance para sementes ainda estão em fase de introdução no País.

As estimativas de Lacerda dão conta de que o segmento de químicos de base, que fornece insumo para os segmentos agrário, de polímeros, pigmentos e corantes, tenha registrado expansão superior a 20% ao final do ano passado, em relação a 2005. Para este ano, ele prevê o crescimento do agronegócio e das vendas voltadas para a safra 2006-2007. A companhia, inclusive, está prestes a fechar dois novos contratos na área de químicos de base.

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), Antonio Carlos Zem, ressalta que o setor começou a registrar recuperação já no final do ano passado. O cenário do segmento começou a mudar em outubro, quando o preço do grão iniciou movimento de valorização em decorrência do interesse norte-americano pelo etanol, o que elevou os preços do milho e da soja. A partir de então, o valor da saca da soja superou a casa dos US$ 11 e atingiu patamares além de US$ 14, destaca Zem. Junto a isso, o custo de produção da soja apresentou retração de 15% a 20% entre as safras 2006-2007 e 2005-2006. “Com o trabalho dos produtores de redução de custos, muitos voltaram a se interessar pelo segmento”, destaca.

A retração na área plantada de soja, que estava prevista em 1,5 milhão de hectares em relação à safra 2005-2006, foi revista para cerca de 800 mil hectares, obrigando a entidade a rever suas projeções para o final de 2006. Até o início de outubro, o Sindag esperava que o faturamento líquido da indústria de produtos para defesa agrícola encerrasse 2006 em R$ 7 bilhões. Essa previsão, no entanto, foi elevada para R$ 8,6 bilhões, pouco abaixo do resultado de 2005, que foi de R$ 8,8 bilhões. Para 2007, a expectativa é que o setor interrompa a série de retrações iniciada em 2005.

Migração
Outro fator que também impulsionará as vendas da indústria para o agronegócio — além da expansão do setor em si — é a migração de culturas agrícolas entre as regiões do País, movimento impulsionado principalmente pela expansão da cana-de-açúcar. Tomazelli, da Gerdau, explica que a expansão da soja foi a principal responsável pela substituição de pastagens por lavouras até 2004. Nos últimos anos, no entanto, a cana-de-açúcar foi o principal agente dessa migração, posto esse que deverá ser mantido nos próximos anos, prevê.

“De forma geral, estas migrações são positivas para o consumo de aço. Novas pastagens significam novos investimentos em cercas e habitações. Novas regiões agrícolas significam novos investimentos em máquinas e implementos agrícolas”, afirma o executivo, que destaca a expansão do segmento sucroalcooleiro principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

Fonte: DCI - 30 JAN 07

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