Quarta, 08 Mai 2024

A perspectiva de um cenário favorável ao minério de ferro e às commodities metálicas no curto e médio prazos e as medidas contidas no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) para desburocratização de novos empreendimentos deverão sustentar investimentos mais robustos da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) este ano e permitir a antecipação de projetos. A expectativa é que o plano de negócios para 2007 que a mineradora anuncia hoje supere os US$ 4,6 bilhões de 2006, excluindo aquisições. Entre os projetos que poderão ser antecipados com as medidas anunciadas pelo governo estão os de cobre. A Vale estima que no início da próxima década, a produção do mineral alcançará cerca de 700 mil toneladas, incluindo as minas brasileiras e a produção da recém-adquirida canadense Inco. Na área de energia, espera-se que a hidrelétrica de Estreito (1.087 MW), avaliada em cerca de R$ 3 bilhões e da qual a Vale tem 30%, finalmente saia do papel este ano.

Hoje, a única mina de cobre da Vale em produção é a de Sossego (PA), inaugurada em 2004. O projeto 118 (PA) está em implantação. O mercado doméstico foi mapeado e os principais clientes já receberam visitas de equipes da Vale. Outros três os projetos — Cristalino, Salobo e Alemão — não haviam sido aprovados pelo Conselho de Administração da empresa até o fim do ano passado. Além da definição de custos, a demora na liberação das licenças ambientais mostrava-se um entrave. Com o anúncio da proposta de regulamentação do artigo 23 da Constituição, que definirá as competências das esferas federal e estadual no processo de licenciamento, espera-se haja mais celeridade nas liberações e que os projetos fluam com mais rapidez.

“A Vale tem enfrentado dificuldades com as licenças ambientais e se queixado do custo da energia. Esperamos que, agora, com os destravamentos, alguns projetos sejam antecipados e o investimento da companhia, incrementado”, disse Edmar Chagas, analista de mineração do UBS Pactual. Em visita ao presidente Lula esta semana, o presidente da Vale, Roger Agnelli, elogiou o PAC e sinalizou que os investimentos no Brasil serão elevados, caso as propostas de fato se concretizem. A regulamentação do artigo 23 foi um dos pontos mais apreciados por Agnelli.

Hidrometalúrgica
Ainda na área de cobre, está previsto para este ano o início da operação de uma planta hidrometalúrgica com capacidade de 10 mil toneladas anuais. A planta representa um avanço tecnológico e, caso comprovada sua eficiência, poderá reduzir custos de produção das minas de Salobo e Alemão. Paralelamente, a Vale deve manter pesados investimentos em níquel. Além dos projetos de Onça Puma e Vermelho, ambos no Pará e com produção total estimada de 100 mil toneladas anuais, a companhia canalizará esforços este ano para tocar projetos da nova CVRD Inco. Entres eles, destaca-se a mina de Goro, na Nova Caledônia, território ultramarino francês. Avaliado em mais de US$ 2 bilhões, o projeto está na dependência de uma decisão judicial prevista para 2 de fevereiro, quando a corte francesa dará a sentença sobre a construção de um edifício que abrigará resíduos no local. Em 2006, um tribunal de Paris havia suspendido as obras. Na área de minério de ferro, o principal projeto que deverá ser concluído este ano será a ampliação para 100 milhões de toneladas da mina de Carajás.

Energia
Na área de energia, a usina de Estreito (TO), última pendência do setor no portfólio da Vale, deverá finalmente sair do papel em 2007. No orçamento de 2006, a mineradora havia reservado US$ 68 milhões para a hidrelétrica, mas a demora na obtenção da licença de instalação dificultou o andamento do projeto. A licença de instalação para a hidrelétrica foi concedida pelo Ibama em dezembro passado, restando apenas a licença de operação, de competência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo o Ministério de Minas e Energia, as obras devem começar em março e a operação da usina está prevista para 2010. Na previsão inicial da Vale, as obras teriam sido iniciadas em meados de 2006 e ela estaria operando em 2009. O pedido de crédito já foi encaminhado ao BNDES, que poderá financiar até 80% da usina, de acordo com as novas regras do banco previstas no PAC. A Vale é sócia de outras sete usinas.

O destravamento proposto pelo PAC também poderá acelerar estudos de térmicas a carvão. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou ontem, em almoço no Clube de Engenharia, no Rio, que há dois estudos em andamento de grupos privados nacionais totalizando 1.200 MW. Uma usina seria no Ceará e outra no Maranhão, ambas movidas com carvão importado e previstas para 2011. O presidente da Vale já disse em mais de uma ocasião que tem planos de trazer carvão da jazida de Moatize, em Moçambique, explorada pela companhia, para uso térmico no Brasil. Tolmasquim disse que a indefinição sobre a usina nuclear de Angra 3 fará com que ela só entre em operação em 2014. Trabalhava-se com a hipótese de 2012 ou 2013. “A decisão é do Lula”, disse. A usina não foi incluída no PAC.

Fonte: DCI - 26 JAN 07

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