Quarta, 08 Mai 2024

Empresa nasce com o objetivo de prestar serviços a grandes empresas da área financeira. A Secrel e Instituto Atlântico, ambos do Ceará, e a Firm Economics, da Inglaterra, decidiram formar uma empresa de tecnologia da informação, que deve iniciar atividades ainda neste semestre. O capital inicial é de R$ 1 milhão, sendo 62,5% das empresas do Ceará, enquanto os parceiros internacionais, ex-executivos de grandes organizações, completam o restante. Como captadores do novo empreendimento, com foco exclusivo em grandes clientes de instituições financeiras internacionais, os ingleses já assumiram o compromisso de investir o necessário para a fase inicial de vendas. Apenas o primeiro projeto deverá render nos próximos meses de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões.

A Secrel Tecnologia da Informação Internacional, denominação ainda provisória, nasce em condições de produzir imediatamente, a partir de estruturas existentes, e já iniciou negociações com possíveis clientes, num ritmo mais ágil que as obras da nova sede.

"Já tivemos o primeiro contato com um banco alemão e, dia 25, será a vez de uma instituição holandesa. Esperamos fechar o primeiro contrato em 6 meses", adianta Ricardo Liebmann, presidente da Secrel, empresa com histórico de 40 anos de mercado no Ceará, credencial valiosa para negócios da nova companhia no mercado externo.

Num primeiro momento, a empresa vai utilizar a estrutura do Instituto Atlântico, instituição especializada no desenvolvimento de projetos para o setor, que possui certificação Capability Maturity Model Inte-gration, o CMMI Nível 3, passaporte para negócios no mercado internacional.

"Investimos R$ 1,5 milhão no processo e agora vamos dar um salto direto para o Nível 5, com novo aporte da ordem de R$ 600 mil", informa o superintendente do Atlântico, José Eduardo Martins. Para agilizar o processo, o instituto está contratando uma consultoria especializada, que vai dar condições para esse avanço.

Baseado em Fortaleza e com 5 anos de mercado, o instituto fatura algo em torno de R$ 15 milhões/ano, já desenvolve projetos para grandes empresas e tem reconhecida bagagem para competir no exterior. Surgiu a partir do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), o maior do setor em P&D da América Latina, com sede em Campinas (SP) e 30 anos de atuação.

Voltada para operações offshore, a companhia vai oferecer projetos de software e manutenção de sistemas de informática, além de suporte, funções hoje realizadas por empresas na Índia e China. "Vamos disputar mercado internacional de outsourcing com a Índia, umforte concorrente", diz.

De acordo com Martins, empresas do porte da Tata Consulting Services (TCS) e Infosys, incluídas no ranking das principais companhias do outsourcing indianas, já atuam no desenvolvimento de software no Brasil, abastecendo o mercado local, e podem se transformar em parceiras no futuro.

Projeções iniciais indicam a possibilidade de 500 contratações para a nova empresa até 2008, número que poderá evoluir para mil funcionários dentro de 3 a 5 anos. "Nós temos uma série de desafios, mas a tendência é de crescimento em função de novos contratos", aposta Martins.

Ele observa que, em 5 anos, as empresas indianas saíram de 50 a 100 funcionários para 100 mil. "Será difícil chegar a isso, pois não temos a capacidade de formação de pessoal, mas vamos aumentar consideravelmente o número de postos de trabalho", prevê Martins, ao sinalizar que existe demanda reprimida da ordem de mil profissionais no setor de TI em Fortaleza.

A intermediação para o novo negócio foi da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Fortaleza (SDE), que organizou o encontro com os ingleses depois de receber consulta sobre investimentos na cidade. "A Prefeitura pretende oferecer estrutura básica em área que deverá se transformar em futuro pólo de informática, ao longo da Avenida Francisco Sá, onde há galpões livres", informa o secretário José de Freitas Uchoa. O município estuda ainda a criação de incentivos fiscais para o setor.

Infra-estrutura
Ricardo Liebmann, da Secrel, observa que a decisão de instalar a empresa de tecnologia no Brasil levou em conta questões culturais e infra-estrutura como energia, portos e aeroportos, além de fuso horário com a Inglaterra, importante na hora de contatos. A proximidade com Europa e linhas aéreas regulares, a partir da Capital, bem como alternativas de vôos que começam a surgir para os Estados Unidos também contribuíram para a decisão. Influenciou ainda, no caso específico de Fortaleza, a remuneração mais baixa de mão-de-obra em relação ao Sudeste.
O Brasil ocupa hoje o 15º lugar no mercado global de fornecimento de software, mas a expectativa é que em 2015 salte para a 4ª colocação no ranking do setor, segundo relatório da Global Outsourcing Report. Pelas contas do IDC, empresa de pesquisa de norte-americana, o mercado mundial de Business Process Outsourcing (BPO) seria de US$ 1,2 trilhão em 2006, quando em 2004 alcançou US$ 300 bilhões.

"Europa e Estados Unidos continuam como grandes demandadores", observa Martins. Somente os gastos com serviços de TI offshore no mercado global deverão atingir cerca de US$ 50 bilhões este ano, conforme dados do IDC e GartnerInc. "Se conseguirmos garantir US$ 23 milhões desse total em 2008, já será muito bom", assinala.

Martins espera que nos próximos anos a nova empresa possa interferir no Produto Interno Bruto (PIB) do estado e mude o cenário do mercado de trabalho da região. "Inclusive revertendo o processo de formação nas faculdades locais, que tem programas em ciência da computação e engenharia de software ainda com pouca demanda."

Fonte: Gazeta Mercantil - 24 JAN 07

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