Empresas vão operar em consórcio na rota entre Ásia e América do Sul para reduzir custos fixos. Alta nos custos fixos no transporte marítimo no ano passado, uniu três armadores, Hamburg Süd, Maersk Line e NYK na operação no tráfego entre Ásia, África do Sul e América do Sul. O diretor de produto da Hamburg Süd, José Roberto Salgado, disse que os fretes caíram cerca de 50% em relação a 2005. "Na rota América do Sul-Extremo Oriente cobrava-se em média US$ 2,2 mil por tonelada. No ano passado, esse valor caiu para US$ 1,1 mil a tonelada. Com isso, os custos aumentaram sensivelmente", disse o executivo.
"Não há motivo nenhum para subida de frete, até porque em 2004 e 2005 subiram muito. Estamos esperando para 2007 uma redução ainda maior", disse Isabel Figueiredo, diretora de logística da Braskem, maior petroquímica da América Latina e que exportou ano passado em torno de US$ 1,2 bilhão.
Já para Salgado, da Hamburg Süd, com a parceria foi reduzido o número de embarcações com destino para o Extremo Oriente. Até o ano passado cerca de 30 navios das três empresas faziam esta rota. Com a cooperação, 20 embarcações farão a linha a partir de abril deste ano. "Não haverá incremento de capacidade", explicou que dos 20 navios, 10 têm capacidade para 3,5 mil TEUs e outros 10 para 2,5 mil TEUs. "A nova cooperação combinará um escopo de portos diretos atendidos com rápido transit time entre os principais mercados da Ásia, África do Sul e Costa Leste da América do Sul", ressaltou o executivo.
Para este ano, Salgado estima que haverá uma estabilidade no preço dos fretes que compensaria um pouco as perdas do ano passado. "Em 2006, a velocidade de crescimento da China, um dos principais destinos de nossas cargas, não foi tão grande. Em contrapartida, as remessas dos produtos chineses para a América do Sul aumentou. E isso, promoveu uma queda na demanda", acrescentou o diretor da Hamburg Süd.
Nova rota
Além da parceria entre Hamburg, NYK e Maersk, está sendo ativada uma cooperação da Klines, Evergreen e China Shipping para atuar na rota da Costa Leste da América do Sul e a Europa. "Isto para mim já não é um rumor, é um fato. O anúncio acredito que está para sair", disse Salgado. A linha terá seis navios. "Eles estão entrando neste mercado e serão concorrentes fortes", ressaltou o executivo da Hamburg Süd.
A entrada do consórcio KLines, Evergreen e China Shipping na rota América do Sul-Europa favorece os embarcadores num primeiro momento. "Os fretes podem cair ainda mais, afastando competidores mais frágeis. É a partir daí que os grandes armadores passam a impor novas condições de fretes", interpreta uma fonte do setor.
Fonte: Gazeta Mercantil - 22 JAN 07
