Quinta, 02 Mai 2024

O subprocurador-geral da República, Aurélio Virgílio Veiga, afirmou ontem durante palestra na reunião de grupo auxiliar ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) que os ganhos das concessionárias de rodovias só não superam os do narcotráfico. “Apenas o tráfico internacional de drogas dá lucro maior do que você ser hoje concessionário de um trecho rodoviário”, disse Veiga. As estradas acabaram virando centro da discussão no encontro por conta da decisão do governo federal de suspender o processo de concessão de sete trechos de rodovias.

O presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e da Indústria de Base (Abdib), Paulo Godoy, que também participou do encontro, reagiu à comparação. “Imaginar que a concessão de rodovias tem a mesma rentabilidade que o tráfico de drogas é desconhecer completamente a realidade, é desconhecer o que está sendo idealizado para o País”, afirmou em entrevista. “Se há distorções, elas têm de ser corrigidas, mas com base em avaliações técnicas, e não ideológicas.”

Para o subprocurador, as empresas assumem as concessões por até 30 anos sem terem feito os investimentos iniciais nas vias. “O governo transfere para a iniciativa privada trechos que já estão prontos”, disse. Veiga afirmou que as rodovias concedidas à iniciativa privada são boas, mas “os preços dos pedágios são altíssimos”.

Godoy mais tarde tratou do assunto com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que voltou a falar da preocupação do governo em garantir tarifas de pedágio mais baratas. Saiu convencido de que a suspensão das concessões foi decisão econômica, e não política. “O governo entendeu que a equação que havia sido negociada com o Tribunal de Contas da União ainda deixou um desconforto para aceitar a modelagem e os valores envolvidos na concessão”, argumentou.

Segundo ele, a estimativa é de que sejam necessários R$ 20 bilhões para os sete trechos de rodovias em discussão. O governo, disse Godoy, não tem condições de fazer esse investimento.

Outro que criticou a decisão do governo de suspender as concessões foi o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato derrotado à Presidência na última eleição. “É um equívoco, porque o Brasil não tem capacidade de investimento”, disse em palestra na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Infelizmente, o País investe 0,5% do PIB. Então é óbvio que precisa trazer o setor privado para ampliar a infra-estrutura.”

Durante a campanha presidencial, as concessões e especialmenteas privatizações protagonizaram o embate mais quente - e decisivo, segundo os analistas políticos - entre Alckmin e Lula. Foram espalhados boatos de que o tucano, se eleito, promoveria a privatização até do Banco do Brasil e da Petrobrás. O rótulo pegou e ele perdeu a eleição.

Ontem, Alckmin disse que o interesse do governo ao suspender as concessões é aumentar a arrecadação. “É pôr praça de pedágio para arrecadar mais dinheiro.” Repetindo os discursos de campanha, ele defendeu a participação da iniciativa privada na administração pública. “O governo tem de ter mais um papel regulador e fiscalizador.”

O presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, também defendeu a participação da iniciativa privada no setor. “O País está com escassez de recursos. É preciso que use o potencial do mercado.”

Fonte: O Estado de S.Paulo - 12 JAN 07

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