Quinta, 28 Março 2024

Mesmo com o cenário de baixo crescimento econômico, algumas empresas atingiram índices de rentabilidade bastante elevados. Natura, TAM e Souza Cruz estão entre as primeiras em levantamento a partir de dados do sistema Economática com as 50 companhias que compõem o índice Ibovespa.

Na média, no entanto, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) caiu de 22,5% em 2005 para 18,4% nos últimos 12 meses até setembro do ano passado, refletindo a estagnação econômica. A tendência de queda deve se manter nos dados do quarto trimestre que serão publicados entre fevereiro e março de 2007.
A Natura apresentou o melhor desempenho no ano, com 73,2%, a exemplo do que ocorreu em 2005. O valor, no entanto, acompanhou a média e caiu quase dez pontos percentuais em relação ao ano passado (82,9%).

Este é o terceiro ano de bom resultado das vendas de varejo, o que ajudou o setor. De acordo com a análise da Fator Corretora, o desafio do setor agora é crescer com a perspectiva de desaceleração do crédito, que pode influenciar as vendas.

A TAM aparece como a segunda empresa com maior rentabilidade, com 45,5%. Ao contrário da maioria, a companhia aérea apresentou elevação do índice em relação ao resultado do ano anterior (39,4%). O ROE, no entanto pode cair devido aos problemas do tráfego aéreo.

Em terceiro aparece a Souza Cruz, com 41,6% de rentabilidade e queda de apenas 0,8 ponto percentual em relação a 2005. Completam as cinco primeiras, a Companhia Vale do Rio Doce (39,1%) e a Comgás (38,9%), outra que registrou elevação do ROE no ano passado.

Queda geral
Todos os setores analisados sofreram redução de percentual, mas entre as maiores quedas estão as companhias de alimentos, siderurgia, metalurgia e mineração. Os dados refletem o desempenho das grandes empresas, com rentabilidades superiores a média da economia por conseguirem ganhos de escala e taxas de endividamentos mais baixas.

A queda é uma inversão do que ocorreu em 2005, quando a economia havia avançado em termos de rentabilidade das companhias. “O primeiro semestre apresentou uma conjuntura de grande desaceleração da economia, com o segundo trimestre mais fraco dos últimos anos”, afirma o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Edgar Pereira.

Segundo dados do Iedi, o primeiro semestre apresentou redução da rentabilidade média das empresas de 14% para 11,7%. Para ele, essa tendência, iniciada no primeiro trimestre e aprofundada no segundo, deve se manter nos resultados do quarto trimestre. “O segundo semestre apresentou uma recuperação da atividade econômica, mas uma recuperação fraca, nada significativa”, avalia Pereira. A previsão da entidade e da maior parte dos especialistas é que o PIB feche o ano com crescimento abaixo de 3%.

Ainda de acordo com o economista da instituição, esse valor não reflete a realidade de todos os setores. Alguns apresentam rentabilidades históricas mais baixas devido às características próprias da atividade que desenvolvem. Mas como parâmetro de comparação, a taxa básica de juros, hoje em 13,25%, mostra que o incentivo para investir na atividade produtiva está prejudicado pela alta taxa de juros.

Para a chefe de análise e estratégia da Fator Corretora, Lika Takahashi, os crescimentos esperados para as empresas no próximo ano não devem ser robustos e de longo prazo. Ela explica que os dois modos de se conseguir crescimento são pelas reformas, com mudança dos fundamentos, ou por eventos societários independentes em cada empresa.

Este segundo caso é o que deve ocorrer no Brasil em 2007. “Ou o Brasil realiza as reforma ou não teremos mudança de patamar”, avalia. Ainda assim, a corretora acredita em crescimento melhor em 2007 com o crescimento da massa salarial real, a continuidade da expansão do crédito e o aumento nos investimentos.

A maior queda ocorreu no setor de alimentos. O ano foi sensivelmente afetado pela gripe aviária. Tanto a Sadia como a Perdigão, no entanto, estão otimistas quanto a retomada dos bons resultados anterior à crise. A Sadia informou que projeta para 2007 aumento de 10% nos volumes sobre 2006. Já a Perdigão projeta aumento de volumes de 7% no mercado interno e 15% no externo, enquanto que a receita subirá acima de 10%.
Siderurgia e metalurgia também reduziram ganhos, com os preços internacionais dos produtos siderúrgicos em queda desde agosto. Para Takahashi, o grande desafio do setor é a consolidação da governança corporativa. “O movimento do mercado está no fim e estruturas acionárias amigáveis são essenciais para fusões e aquisições”, avalia.

Acima da média
Mesmo com a redução média da rentabilidade, algumas empresas conseguiram melhorar o desempenho em 2006. Além de Comgás e TAM, outras 10 companhias, dentre as 50 levantadas, registraram elevação do retorno em relação ao patrimônio líquido. O destaque ficou para as elétricas.

A Eletropaulo, companhia de distribuição de energia de São Paulo foi a que mais evoluiu, saindo de uma rentabilidade negativa, em 2005, para 13,9%, até setembro de 2006. Outras empresas do setor trilharam o mesmo caminho, como Copel, Eletrobrás e Celesc. O avanço é fruto das reestruturações ocorridas depois da crise de 2001. Completando as altas estão a Telefônica, AmBev, Klabin, Itausa e Brasil Telecom.

Outra que se destacou da média foi o Banco do Brasil, que subiu de 26,84% para 29,89%, ao contrário dos outros bancos. A redução, no entanto, se deve ao fato dos dois maiores bancos privados terem alocado o ágio das incorporações nos balanços do terceiro trimestre. O Bradesco caiu de 31,85% para 24,05% e o Itaú de 35,57% para 24,13%.

Fonte: DCI - 04 JAN 07

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