O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) está preparando uma nova política de estímulo ao setor produtivo, focada na melhoria do ambiente microeconômico e na produtividade das empresas.
A proposta deve ser apresentada no início de 2016, segundo o ministro Armando Monteiro, tomando como base a percepção de que o ajuste da economia em marcha exige olhar para dentro das médias e pequenas indústrias para melhorar gestão, processo produtivo e capacitação de mão de obra. “Nós entendemos que há um espaço para atuar diretamente nas empresas”, afirmou.
O ministro ressaltou que o pátio industrial brasileiro tem em média 20 anos de operação, enquanto a média em países desenvolvidos é de até 8 anos. “Diferentemente do que se imagina o Brasil ainda tem muitos problemas de produtividade que estão dentro das empresas. Há uma visão que foi muito divulgada de que os problemas de produtividade estão fora da empresa, que é a infraestrutura, a logística, o sistema tributário. Não é. Tem um grande espaço para melhorar a produtividade dentro das empresas”, disse.
A decisão, de acordo com Monteiro, ocorre num momento em que o “processo de reequilíbrio macroeconômico não se completou”, ou seja, quando o Brasil ainda precisa completar o ajuste fiscal para retomar o crescimento, buscando um novo patamar para a taxa de juros cobrada nos financiamentos.
“Vamos atuar nessa agenda mais complexa, que é melhorar o ambiente na área tributária, a ver se o plano de infraestrutura deslancha, verificar como fica a taxa de juros, como podemos construir um novo padrão de financiamento para a economia brasileira" indicou o ministro. "Enquanto isso não acontece, a ideia é não ficar parado. O que nós podemos fazer é um programa nessa dimensão macroeconômica”.
A renovação do pátio fabril deve ser um dos capítulos da nova política industrial, com recursos operados a partir de programas como o Finame, que financia a compra de máquinas e equipamentos. A proposta do MDIC deve ser horizontal. Isto é, sem a seleção de setores, apenas parcerias com entidades como o Sebrae e o Senai.
A política industrial deve abranger ainda o acesso das pequenas e médias empresas ao mercado internacional. “Essa política terá também um viés exportador. Nós vamos olhar a possibilidade de que essas empresas venham a se incorporar à base exportadora brasileira. Essa trilha da exportação favorece a competitividade e o ganho de produtividade das empresas”, considerou.
Fonte: Portal Brasil, com informações do MDIC