Sexta, 29 Março 2024

O ganho de produtividade associada à redução de custos é cada vez mais acentuado no agronegócio. A produção cresce em menores áreas plantadas e um indicador dessa tendência é dada pelo produtor, que está precisando dispor de menos produto para comprar fertilizantes.

De acordo com levantamento da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), entre os dez principais produtos agrícolas, oito necessitaram de menor quantidade para adquirir adubos. As exceções foram milho, com aumento pequeno, e soja.
Os produtos são considerados como “moeda” na relação de troca do agronegócio e tornam-se um parâmetro para medir o aumento ou diminuição dos custos para adquirir insumos. A tendência é de que em 2007 essa relação caia ainda mais, com o crescente uso racional de fertilizantes.

Outro indicador do aumento da produtividade no campo é a opção cada vez maior por micronutrientes, como zinco, cobre, magnésio e boro, que permitem usar menos adubo para aumentar a produção. Esse mercado já movimenta R$ 2 bilhões por ano.

Menos produto por tonelada
Quando se trata de usar o produto como “moeda”, as relações de troca estão cada vez mais benéficas para os produtores.
Segundo a pesquisa da Anda, a maior queda nas relações de troca aconteceu, em 2006, em laranja e na cana.

Na laranja, eram necessárias 65,2 caixas de 40,8 kg para adquirir uma tonelada (t) de fertilizante em 2005. Essa relação caiu para 47,2 caixas em 2006.

A queda foi acentuada também na cana-de-açúcar, produto que teve destaque no ano passado, principalmente em razão da “febre” para produção de etanol, para atender às demandas interna e externa.

Em 2005, eram necessárias 21,9 toneladas de cana para comprar uma tonelada de fertilizante. Essa relação caiu para 16,8 toneladas por tonelada de adubo em 2006 e a estimativa é que a queda prossiga em 2007.

Outros seis produtos registraram queda nessas relações de troca, pelo levantamento realizado pela Anda (leia sobre comportamento desses produtos e da soja e do milho em texto ao lado nesta página).

Avanço dos micronutrientes
A possibilidade de que as safras de grãos sejam lucrativas em 2007 está movimentando o setor de micronutrientes, que ajudam a melhorar a produtividade de várias culturas no processo de adubação.

Os micronutrientes, como o zinco, o boro, o magnésio e o cobre, são minerais e vitaminas exigidos pelas plantas em menor quantidade. Segundo Eduardo Daher, diretor executivo da Anda, os micronutrientes são tão essenciais para a agricultura como os macronutrientes.

“Apesar de o nome dar a impressão de pouca importância, os micronutrientes são fundamentais no campo e decisivos para os negócios”, diz ele.

O executivo afirma que a utilização de micronutrientes é fator-chave para o crescimento da produção.

“Para se tratar uma tonelada de soja, por exemplo, são necessários 10% de potássio, 10% de fósforo e 10% de nitrogênio. Se o produtor acrescentar 0,5% de zinco, ele pode ter um ganho na produção de até 20%”, afirma Daher.

Prova disso é que, de acordo com um levantamento da Anda, nos últimos 12 meses o consumo de zinco no país cresceu três vezes, totalizando 30 mil toneladas ao ano.

O preço internacional do minério também subiu em 2006, de R$ 1.200 a tonelada para quase R$ 5.000 a tonelada, um crescimento de mais de 70%. O mesmo ocorreu com a cotação do cobre, que saiu de R$ 5.000 a tonelada em dezembro do ano passado para R$ 7.500 em dezembro deste ano.

Líder mundial investe
A brasileira Produquímica, líder mundial no setor, com uma produção de 250 mil toneladas ao ano de micronutrientes e sais inorgânicos, está investindo US$ 3 milhões em tecnologia para analisar melhor a composição dos micronutrientes que ela produz.
Em uma parceria com o laboratório alemão Nordum, a empresa quer analisar os 75 tipos de dioxinas e os 135 tipos de furanos presentes nos fertilizantes.

“Dioxinas e furanos são problemas de saúde pública, com significativos danos à cadeia alimentar e perdas econômicas”, diz Sérgio Alejandro, responsável técnico do projeto da empresa.
Para Franco Borsari, diretor comercial da Produquímica, a falta de uma fiscalização da legislação vigente pode atrapalhar a expansão do setor.

“É preciso que haja uma fiscalização firme, para que assim se nivele o mercado por cima e não por baixo. Hoje, existem 15 empresas atuando no mercado de micronutrientes de solo, sendo que mais de 80% delas não cumprem as normatizações técnicas”, afirma ele.

A Agrária, empresa de micronutrientes localizada no interior de São Paulo, espera crescer 10% em faturamento em 2007. “Já exportamos 200 toneladas para a Argentina e para o Paraguai. Acreditamos que a melhora nas safras brasileiras de grãos irá aumentar a demanda interna e externa”, diz Oliveiros Pereira de Miranda Filho, diretor comercial da Agrária.

Nos últimos seis anos, o faturamento anual da companhia cresceu mais de cinco vezes, saindo de R$ 8 milhões para R$ 43 milhões.
Apesar do otimismo, Oliveiros destaca alguns pontos que podem prejudicar a indústria de micronutrientes no Brasil. “O setor ainda é muito desorganizado, com poucas políticas de gestão e sem uma conscientização dos produtores da importância dos micronutrientes no tratamento de culturas. Isso faz com que sejamos responsáveis por apenas 2% da produção nacional de fertilizantes, cerca de 400 mil toneladas”, afirma.

Importação excessiva
Além disso, o executivo destaca que os micronutrientes mais utilizados pelo agronegócio brasileiro, como o zinco, o cobre, o boro e o manganês, são importados. “Somos demasiadamente dependentes de fornecedores como Argentina, Peru, Chile e Bolívia”, completa Filho.

Já a Samaritá é outra empresa que espera um maior volume de negócios no próximo ano. Especializada em micronutrientes foliares, a companhia estima crescer 7% em 2007. “Apostamos muito na friticultura nacional, especialmente nas culturas de maçã, uva e mamão”, diz Ronaldo Machado, diretor comercial da Samaritá. Segundo o executivo, o setor tem potencial para expansão caso algumas mudanças sejam consideradas. "Atualmente, os micronutrientes movimentam R$ 2 bilhões ao ano no país. Podemos otimizar esse número, caso passemos a investir na integralidade entre as empresas do ramo”, afirma ele.

Fonte: DCI - 02 JAN 07

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