Em 2014, os brasileiros receberam de volta do governo quase metade do que foi pago em impostos e contribuições. Essa conclusão é da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, ao apontar que a carga tributária líquida em do ano passado representou 17,39% do Produto Interno Bruto (PIB). Já a carga tributária bruta no período foi de 33,47% do PIB. A diferença entre os dois porcentuais representa o que governo devolveu por meio das transferências para a Previdência Social, os programas de assistência social e os subsídios, que somaram 16,08% do PIB.
O secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Rogério Boueri, aponta que os dois valores – da carga tributária líquida e de transferências e subsídios – estão se igualando ao longo dos últimos anos. “Existe uma convergência entre a carga líquida e as transferências e subsídios. Os dois valores têm se aproximado nos últimos anos. Cerca da metade da carga tributária está indo para pessoas, entidades e empresas. Em 2015, pode haver a inversão de magnitudes, e as transferências superarem a carga líquida”, disse Boueri.
De acordo com o secretário, a crise econômica é o principal motivo para a aproximação da carga tributária líquida e das transferências e subsídios. Isso porque em momentos de contração da economia, a arrecadação cai mais que o PIB, enquanto as transferências, principalmente para a Previdência Social, seguem um comportamento rígido e não podem cair.
Boueri citou ainda o envelhecimento da população como fator que deve elevar o pagamento de aposentadorias e pensões nos próximos anos. “Quando o PIB cai 1 ponto percentual, a carga tributária líquida cai mais. No entanto, os gastos com transferências e os subsídios são mais rígidos. Sem contar que a transferência para a Previdência Social deve se acentuar com transição demográfica nos próximos anos”, explicou.
Fonte: Portal Brasil, com informações da Agência Brasil