O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) questionou a legitimidade da agência de classificação de risco Standard & Poor’s, que ontem rebaixou a nota do Brasil, passando o país de grau de investimento para o nível especulativo. Como lembrou o senador, a agência foi a mesma que avaliou com nota máxima o banco Lehman Brothers no mesmo mês que a instituição quebrou, além de ter sido obrigada a pagar US$ 1,5 bilhão ao governo dos Estados Unidos por ter rebaixado, baseada em interesses comerciais, a nota da economia norte-americana.
Mesmo com as críticas à agência americana, Lindbergh avaliou que o governo comete equívocos no enfrentamento da crise econômica. Para o senador, ao impor um ajuste rigoroso e elevar a taxa de juros o governo coloca a economia do país em recessão, diminui a arrecadação e aumenta a dívida pública.
E isso, segundo o senador, obriga o país a cortar investimentos e direitos sociais e, ao mesmo tempo, gastar muito mais com o pagamento de juros.
— Nós estamos entre aqueles que defendem que o centro da estratégia deve ser a retomada do crescimento econômico, com a diminuição da taxa Selic, para fechar o ralo da perda de recursos. Assim, será possível ampliar os investimentos, gerar emprego e renda, o que aumentará a arrecadação e preservará os direitos sociais e o orçamento, tirando a economia desse círculo vicioso que aprofunda a recessão.
Lindbergh reclamou também da injusta tributação no país. Segundo ele, os 10% mais pobres têm 32% de sua renda comprometida com os impostos, enquanto os 0,3% muito ricos, com renda anual declarada superior a R$ 4,5 milhões, contribuem com apenas 6% de sua renda.
Por isso, ele defendeu a criação de imposto sobre grandes fortunas e a aplicação de uma alíquota de 15% sobre a distribuição de lucros e dividendos feitos por empresas a pessoas físicas e jurídicas. Hoje, essa renda é isenta, reclamou o senador.
Agência Senado