Quinta, 28 Março 2024

Câmbio valorizado esfriou mercado; recuperação dos preços só ocorreu com apoio oficial. As intervenções do governo no mercado de algodão foram determinantes para o bom desempenho do setor em 2006. Ajuda estatal poderá ser o fiel da balança no próximo ano.

Com as cotações da pluma de algodão em baixa durante boa parte do ano, o governo entrou no mercado com um subsídio ao escoamento do produto que acabou por estimular as exportações do setor e melhorar o preço do produto no mercado interno. Apesar de duas safra seguidas menores, o consumo interno não foi suficiente para absorver a produção.

O mesmo dólar que estava desestimulando as vendas externas - tradicionalmente o Brasil comercializa cerca de 30% da safra com o exterior - também afetou o mercado interno, pois as indústrias e o varejo acabaram aumentando as importações e, com isso, reduzindo o consumo de pluma. Em 2006, o consumo de pluma de algodão deve encerrar em 870 mil toneladas ante às 950 mil toneladas no ano passado.

Levantamento da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) mostra que houve queda de 6% da produção de confecção, enquanto o varejo teve crescimento de 1,69%, o que indica absorção de produtos vindos do exterior. Além do aumento da importação formal, de acordo com analistas do setor, cresceu também a compra ilegal do produto. A indústria têxtil, que até o ano passado era superavitária, deve terminar 2006 com déficit de US$ 50 milhões.

"O ano de 2006 não vai deixar saudade para a indústria têxtil do Brasil", diz Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Para ele, 2006 configurou-se como o ano do real valorizado, alta carga tributária que, sem contrapartida de redução do chamado Custo Brasil acabou por explicitar as diferenças entre o ambiente produtivo do Brasil e os concorrentes (como China, Índia, Paquistão e Colômbia), com acesso a acordos que o Brasil não tem.

Segundo Pimentel, se for mantido o quadro atual no ano que vem, o consumo de pluma poderá cair novamente, o que acaba por afetar o campo. "Se não fossem os leilões do governo, a situação tinha ficado difícil", diz Miguel Biegai Júnior, analista da Safras & Mercado. Segundo ele, o subsídio permitiu o escoamento de 350 mil toneladas para o mercado externo.

Os preços internacionais estavam em alta até meados de setembro, o que estimulou a intenção de aumento de área para a safra 2006/07. Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a cultivo do algodão será 20% superior à safra passada.

Para Biegai Júnior, as cotações em 2007 dependerão do tamanho da colheita. "A reversão no quadro internacional pode ter mexido na intenção do plantio". Ele acredita que o governo poderá ter de intervir mais cedo no mercado. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Edilson Guimarães, disse que o governo já trabalha com essa hipótese.

Segundo Biegai Júnior, o cenário internacional para o primeiro semestre de 2007 é melhor que o deste ano. Isso se dá por causa da China que deve retomar suas compras.

Fonte: Gazeta Mercantil - Neila Baldi - 27/12/06

 

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