“Se bem preparado, ele indica para onde a empresa caminha”, diz Andrea Goldschmidt, da consultoria Apoena Social, que ajudou a Kimberly-Clark a transformar seu relatório social – que só enumerava as ações sociais – em balanço.

Ao estender os questionários a fornecedores e a trabalhadores, a companhia detectou problemas peculiares de cada planta industrial e desenvolveu programas específicos. O maior uso é para diagnóstico da sustentabilidade da empresa.

“Mesmo que a firma decida não levar algumas informações a público, é importante que o questionário promova a discussão interna”, diz Goldschmidt.

Para Francisco Papellás, presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), as distorções diminuirão quando os balanços passarem a ser auditados – apenas gigantes conseguem adotar a prática atualmente e, mesmo assim, as auditorias tentam deixar claro que nem todos os itens são de fato auditáveis. Se algumas companhias selecionam informações estratégicas para ocultar, outras produzem peças evidentemente maquiadas, nas quais predomina a linguagem publicitária e a supervalorização das iniciativas sociais. “Tendo a acreditar que essas firmas não inventam, mas as omissões dos fatos negativos tiram credibilidade”, diz Goldschmidt.