Sábado, 10 Mai 2025

publicado originalmente pelo Valor Econômico

A Fertilizantes Tocantins, misturadora com forte atuação no Norte do país e no Mapito (confluência entre Maranhão, Piauí e Tocantins), investe, como outros grandes players do setor, para tirar proveito do potencial logístico da região Norte. A companhia começou neste mês a construção de uma nova unidade misturadora de fertilizantes em Barcarena, no Pará, onde pretende utilizar o modal hidroviário na distribuição de adubos e receber matéria-prima importada pelo terminal portuário no município.

A unidade deverá ser inaugurada em julho do próximo ano e terá capacidade de produção de 300 mil toneladas de adubos por ano, segundo José Eduardo Motta, CEO da companhia e também o controlador da empresa familiar. Ele observa que grandes volumes de soja cultivada em Mato Grosso começam a ser exportados pelo terminal portuário de Vila do Conde, no município de Barcarena, e há expectativas que esse modal vá se desenvolver muito nos próximos anos. Os investimentos para a construção da nova misturadora são de R$ 45 milhões.

Com a nova unidade, a capacidade total de produção da Tocantins será de 1,4 milhão de toneladas de fertilizantes por ano. A empresa, que tem outras três plantas, entrou em operação em 2003, quando instalou uma misturadora com capacidade de 40 mil toneladas por ano, em Porto Nacional, no centro-sul do Tocantins. No ano passado, a companhia faturou R$ 650 milhões e a previsão é que sua receita fique entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões em 2014.

A Tocantins investiu entre os anos de 2010 e 2012 mais de R$ 100 milhões em novas unidades e na ampliação de capacidade de produção, segundo Motta. Em 2010, inaugurou uma unidade próxima ao porto de Itaqui, no Maranhão, cuja capacidade foi ampliada de 400 mil para 600 mil toneladas. Em 2012, colocou em operação outra fábrica, em Querência (MT). De acordo com o empresário, a distribuição de fertilizantes da Tocantins no ano passado somou 600 mil toneladas, ante 400 mil em 2012. Para este ano, a estimativa é distribuir de 600 mil a 700 mil toneladas.

A companhia atua no Maranhão, Piauí, Tocantins, Pará, parte de Mato Grosso, norte de Goiás e oeste da Bahia. Cerca de 80% da matéria-prima para a produção das misturas que vão adubar as lavouras, principalmente de grãos, é importada dos países produtores, como é usual no Brasil. A mercadoria chega principalmente ao porto de Itaqui (MA), outra parte no porto de Aratu (BA) e, a partir de 2015, deverá ser descarregada também no terminal de Vila do Conde (PA). Para escoar os fertilizantes aos clientes - em geral diretamente aos produtores -, porém, a empresa se utiliza mais do modal rodoviário por conta do custo mais oneroso das ferrovias.

Com o modal ferroviário, é preciso descarregar a mercadoria do porto até um transbordo, por exemplo, explica Motta. Com a unidade em Barcarena, observa ele, será mais fácil escoar os adubos também por meio de hidrovias pelo próprio Estado do Pará, e até por Tocantins e Mato Grosso, porque existem vários pontos de carregamento de barcaças próximos ao porto de Vila do Conde.
O CEO da Tocantins demonstra preocupação com a recente onda de consolidação no setor de fertilizantes no Brasil. No ano passado, a norueguesa Yara completou a aquisição do negócio de adubos da Bunge e, em abril deste ano, a americana Mosaic anunciou a compra do setor de fertilizantes da ADM no país. Segundo ele, a própria Fertilizantes Tocantins foi bastante "assediada" no ano passado e em 2012.

Mas, a estratégia não é abrir o capital nem buscar investidores, garante o empresário. O plano agora é manter um crescimento orgânico. "Não queremos o crescimento que tivemos", afirma José Eduardo Motta, lembrando que em cinco anos, a receita da companhia cresceu mais de 1.300%. "Não temos planos de expansão. Nossa expansão já está em curso", argumenta. A estratégia da companhia para ser competitiva em um mercado tão disputado é o atendimento diferenciado e investimentos em fábricas mais modernas de fertilizantes, afirma ele.

A Tocantins também investe em governança. Atualmente, está criando uma diretoria executiva e pretende ter também um conselho consultivo. E deve finalizar este ano um planejamento estratégico para até 2023.

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