A expansão do Canal do Panamá, com custo estimado em US$ 5,25 bilhões, está entre os maiores projetos de engenharia do mundo e pode modificar a logística do continente como um todo. O impacto no transporte marítimo internacional será representativo a partir de 2014 – quando está prevista a conclusão –, sobretudo no segmento de contêineres.
A obra consiste em um terceiro jogo de eclusas capaz de atender navios de até 13,6 mil Teus (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés), segundo a ACP (Autoridade do Canal do Panamá). Hoje o canal – com extensão de 80 quilômetros entre os oceanos Atlântico e Pacífico – tem duas linhas de navegação equipadas com eclusas. Novos leitos fluviais de navegação estão previstos, além do alargamento dos existentes e do aprofundamento de suas áreas críticas.
Com previsão de conclusão para 2014, a ampliação irá facilitar a rota rumo à Ásia, permitindo ganhos de eficiência, redução de custos e economia de escala, graças à utilização de navios com maior capacidade. Entre os principais beneficiados está os Estados Unidos, que terá uma alternativa mais barata para a exportação de grãos em direção ao Pacífico. Em 2011, o Brasil foi o 13° país em movimentação de carga (como origem e destino de navios que passaram pelo canal), totalizando 6.746.969 long ton. Os americanos lideram com 146.203.965 long ton.
O Canal do Panamá atual tem calado máximo de 14,5 metros para um navio com comprimento máximo de 266 metros e boca máxima de 32,29 metros. O novo permitirá 24 metros de calado, 366 metros de comprimento e 54 metros de boca. Os graneleiros, por exemplo, cujo limite hoje é de 60 mil toneladas, poderão ter até 170 mil toneladas. Entretanto, um estudo simplificado do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma) mostra que a rota mais econômica entre o Brasil e portos do Oriente Médio e Ásia é via Cabo da Boa Esperança, desde que os portos brasileiros estejam localizados ao sul de Recife. A prática já é adotada hoje pelos graneleiros, que escalam, em sua maioria, os portos do sudeste e do sul.
Fonte: Guia Marítimo