Quinta, 25 Abril 2024

Um dos clubes mais tradicionais da Cidade de Santos já tem quase 80 anos de existência. A história da Associação Atlética Portuários de Santos começou em 10 de maio de 1926. O clube, criado por um grupo de trabalhadores da extinta Companhia Docas de Santos (CDS), hoje Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), recebeu o nome de E.C. Cia. Docas de Santos. A entidade foi criada com o intuito de manter ainda mais unida a família portuária através de entretenimento, lazer e atividades esportivas.   

 

O clube é oriundo da fusão do Esporte Clube Companhia Docas de Santos e América Futebol Clube. Contudo, naquela época, a legislação proibia que entidades esportivas recebessem nomes de empresas. Desse modo, em 26 de maio de 1932, o E.C. Cia. Docas de Santos passou a se chamar Associação Atlética Portuários de Santos como o conhecemos até os dias de hoje.

 

O presidente do Conselho Deliberativo, Dézio dos Santos, 62, conta entusiasmado as memórias do clube que freqüenta desde a sua adolescência. Segundo ele, até a década de 60, o clube caracterizava-se praticamente como uma entidade esportiva, embora realizasse bailes de carnaval, entre outros eventos sociais. Comenta que a “folia de Momo” promovida pela instituição era uma das melhores da Cidade.

 

Dézio conta que a alta administração da CDS dirigiu o clube até 1950. “Depois ocorreu a grande virada”, salienta. Pensando no crescimento do clube, os conselheiros convidaram profissionais gabaritados de diversos setores da CDS para administrarem a entidade. Com a nova diretoria, o clube começou a ganhar vulto na década de 60, desenvolvendo ainda mais as atividades esportivas e de lazer.

 

A sede localizava-se na Rua Xavier Pinheiro, 62, no bairro do Macuco e foi ficando pequena para atender o considerável número de associados que freqüentavam o clube.

 

Em 1971, assumiu a tesouraria aquele que seria presidente do clube por 26 anos, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da instituição: Nelson Leal. Leal foi convidado pelo então presidente Lincoln Lopes da Silva (Tico), permanecendo como tesoureiro na gestão seguinte de Edegard Rodrigues (Teleco).

 

O bom desempenho à frente das finanças da A.A.P.S. levou Leal à presidência do clube em 1974, sendo reconduzido ao cargo nas eleições seguintes. O portuário aposentado Nelson Leal, 72, atualmente vice-presidente da diretoria, revela sua dedicação ao clube “muitas vezes o Portuários era minha primeira família e depois, vinha minha esposa e minhas três filhas”.

 

Já na década de 70, no apogeu do clube, surgia a necessidade de uma sede maior. Começa a ser traçada a mudança do Macuco para um terreno maior, na Rua Joaquim Távora, no bairro do Jabaquara. A antiga sede tinha apenas 18 mil m.

 

As limitações da primeira sede social tornaram-se o principal obstáculo para o desenvolvimento do clube, além disso, o local onde estava situado o Conjunto Poliesportivo Ismael de Souza não era o ideal, devido a proximidade com o Porto e as dificuldades de acesso às linhas de ônibus coletivos enfrentadas pelos associados.

 

No entanto, a CDS tinha interesse na área da antiga sede social situada entre as Ruas Xavier Pinheiro e Manoel Tourinho e, em troca, ofereceu a utilização de uma área no Jabaquara, atrás do campo da Portuguesa Santista. Embora o terreno fosse um pântano, Leal aceitou o desafio e providenciou a mudança de sede, conduziu e acompanhou passo a passo a construção do clube.

 

Após muitas negociações com os diretores da CDS, cuja sede estava baseada no Rio de Janeiro, a diretoria do Portuários, através de comissão nomeada, conseguiu a cessão do terreno. Devido a empecilhos que geravam impasse nas negociações, a comissão recorreu ao Comandante Coimbra, do Departamento de Portos e Vias Navegáveis da Portobrás que, após muitos estudos, ofereceu 59 mil m de área, em vez dos 44 mil m, oferecidos inicialmente. As obras da nova sede iniciaram em 1974, mas o contrato com a Construtora Oxford Ltda. para a construção da nova sede só foi assinado em 15 de junho de 1979, pois, primeiro era preciso preparar o terreno que até 1974 era só lama.

 

O novo clube foi construído para abrigar 15 mil pessoas e atualmente possui 80 mil m. Com o grande ginásio social, salões para prática de esportes diversos, campo de futebol, parque infantil e um considerável número de portuários associados, funcionários da CDS, o clube teve seu período áureo.

 

Dézio recorda que quando ingressou na CDS, a companhia possuía cerca de 16 mil funcionários, em 1957. Com o fim da CDS e a criação da Codesp, houve redução no quadro de pessoal. Em 1985, havia 11 mil trabalhadores empregados. Houve novo enxugamento com plano de demissão voluntária e incentivo à aposentadoria, diminuindo o pessoal para sete mil doqueiros. Junto com a Lei 8.630/93 veio a privatização de alguns setores e em setembro de 1997, cinco mil funcionários foram desligados de uma só vez. Atualmente, a Codesp mantém cerca de 1.300 funcionários. A queda do número de portuários empregados afetou diretamente o quadro de associados do clube, o que comprometeu a renda da entidade e conseqüentemente suas atividades. Há ainda os sócios extraordinários que não são funcionários da Codesp, mas mesmo assim, há a necessidade da captação de novos associados para manter a estrutura grandiosa do clube.

 

O atual presidente do clube é o portuário aposentado José Maria da Costa, 63.

 

Fusão com o Santos F.C. pode trazer de volta os tempos áureos do Portuários

 

A A.A.P.S tem três projetos para a retomada dos associados do clube. Segundo o vice-presidente do Conselho Deliberativo, Valter Leite Santana, 54, membro da comissão de negociação e parcerias, o primeiro passo é atrair os trabalhadores avulsos, atualmente cadastrados no OGMO que chegam há cerca de nove mil trabalhadores.  

Santana explica que cada associado pagaria uma mensalidade no valor de R$ 30,00 que seria debitada do seu pagamento administrado pelo OGMO. A divulgação dessa campanha de adesão já está em andamento no OGMO e nos sindicatos das categorias.  

 

O segundo plano é associar os trabalhadores vinculados, ou seja, que são contratados das empresas terceirizadas do porto. Esse quadro concentra de seis a sete mil pessoas, de acordo com Santana. Para isso será feita mudança no estatuto do clube para permitir a entrada do “sócio-empresa”.

 

Dézio explica que nesse contrato, a empresa faz o termo de adesão com o portuário e coloca de 100 a 200 associados no clube, descontando a mensalidade da folha de pagamento do funcionário. O clube contratou uma empresa especializada que está administrando essa captação de associados.

 

A parceria que já causa expectativa na Cidade de Santos transformará ambas as entidades num mega-clube como afirma o presidente do Conselho Deliberativo. A fusão atende aos interesses de ambos os clubes. O Portuários quer aumentar o número de associados que poderá captar do grupo de sócios do Santos Futebol Clube e a entidade do Peixe quer promover ao seu grupo uma estrutura que ofereça atividades esportivas e de lazer.

 

Segundo Dézio, a parceria é interessante, pois vem a sanar as dívidas do clube, possibilita a manutenção do complexo e fará com que a cidade ganhe um mega-clube.

 

A documentação já está tramitando e a fusão deve acontecer ainda no primeiro trimestre deste ano. 

 

 

Mais informações sobre a história da A.A.P.S., clique aqui

Veja mais fotos no ábum a seguir.

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