Sábado, 18 Janeiro 2025

O pátio lotado de caminhões em uma das maiores indústrias de suco do interior de São Paulo, localizada em Bebedouro, mostra que a safra segue a todo vapor. De um lado, os caminhões despejam toneladas de frutas. Do outro, carretas tanque saem carregadas com o principal produto de exportação da região central do Estado.

É nesse período que cresce a produção de suco de laranja no país. A Associação Nacional dos Exportadores estima um recorde de 387 milhões de caixas, a maior safra desde 2000 e 25% a mais do que no ano passado. “A cadeia toda do suco de laranja tem crescido, tem se tornado mais produtiva e com isso a necessidade de equipamentos para transporte aumenta”, diz o diretor de uma transportadora, André Leopoldo.

O volume para exportação deve ser de 1,4 milhão de toneladas. Essa quantidade tão grande exige muito planejamento e movimenta o setor das empresas de logística. “Cada segmento tem um crescimento diferenciado, mas entre renovação de frota e novos equipamentos, a gente poderia falar em torno de 15% a 20% por cento ao ano”, afirma o diretor.

Apenas uma empresa é responsável pelo transporte de 40% do suco de laranja da indústria para o mercado externo. Cada caminhão leva nos tanques de aço inoxidável entre 36 e 52 mil litros. Internamente, são revestidos de alumínio e espuma para preservar a temperatura do produto. Na cabine, tudo é informatizado.Antes de dar a partida, o motorista usa uma chave de telemetria, uma espécie de chip com todas as informações do veículo.

“A partir do momento em que ele sai da nossa base, a gente passa a controlar o tempo de trânsito dele. Quanto ele leva para chegar até a fábrica do cliente, para carregar e para chegar até o porto de Santos, que é o destino final. A partir daí, o controle continua também no trajeto vazio. O caminhão tem um tempo para retornar e carregar novamente, caso contrário ele tem que ser lavado internamente e isso gera perda de tempo e um custo extra para a operação”, conta André Leopoldo.

Do carregamento até o desembarque, tudo é monitorado em tempo real. A temperatura do suco não pode passar dos sete graus e a viagem tem que durar, no máximo, 14 horas para que não haja risco de o produto estragar.

Por isso, na empresa existem setores inteiros acompanhando o trajeto de cada um dos caminhões. Pelo sistema é possível saber o trecho exato onde o veículo se encontra, se está parado ou em movimento, a velocidade e o horário previsto para a chegada. “Quando o motorista foge da rota, seja por abordagem de meliantes ou então por não saber a rota correta, a gente consegue saber esse desvio”, diz o analista de logística Ariovaldo Alves.

A rodovia Washington Luís é a principal ligação entre a maior área produtora do Estado e o porto de Santos. A cada dez minutos, passa um caminhão transportando suco por ela. O caminhoneiro Orozimbro de Moraes, na profissão há 40 anos, faz essa viagem quase que diariamente. De Araraquara até o porto são 350 km. Para conduzir o caminhão, precisou se especializar e fez cursos para dominar a tecnologia. “Hoje, a pessoa que não procurar melhorar o seu dia a dia, na sua profissão, vai ficando pra trás dos outros e caindo no esquecimento.”

Fonte: EPTV.com

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