SÃO PAULO, 4 DE AGOSTO - A maior produtora de aços longos das Américas, Gerdau, terminou o segundo trimestre com um resultado praticamente em linha com o esperado pela média do mercado, encerrando uma temporada de resultados das produtoras de aço brasileiras marcada por desempenho siderúrgico fraco.
A companhia apurou lucro líquido de 503 milhões de reais nos três meses encerrados em junho, queda de 41 por cento sobre o resultado obtido um ano antes, ante expectativa média de oito analistas apurada pela Reuters de 534,2 milhões de reais.
O resultado veio depois que Usiminas e CSN divulgaram nesta semana números de produção de aço ainda influenciados por um cenário adverso de fraqueza do dólar, excesso de capacidade produtiva no mundo e custos elevados com matéria-prima que deixaram claro a importância de investimentos em mineração e foco maior no mercado interno de aço.
A Gerdau teve uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 1,309 bilhão de reais no segundo trimestre, com a margem caindo de 21 para 15 por cento. Em relação ao mesmo intervalo do último ano, o Ebitda cedeu 24 por cento. A expectativa média do mercado era de um Ebitda de 1,297 bilhão de reais, com margem de 14,6 por cento.
A empresa, que possui operações produtivas em 14 países, incluindo Estados Unidos e na Europa, regiões que estão no centro das preocupações de investidores que acompanham a saúde financeira mundial, produziu 5,123 milhões de toneladas de aço bruto no trimestre passado, alta de 9 por cento na comparação anual e de 8 por cento sobre os três primeiros meses de 2011.
Depois de ter anunciado investimento de 718 milhões de reais no Estado de São Paulo no final de maio, a siderúrgica divulgou nesta quinta-feira que vai injetar mais 183 milhões de reais até o segundo trimestre de 2012 nas usinas de aços especiais de Pindamonhangaba e Mogi das Cruzes, no interior do Estado. O insumo é usado no setor automotivo, cujas vendas elevadas desaceleraram no início do segundo semestre.
Em vendas em volume, houve crescimento de 12 por cento, para 4,897 milhões de toneladas, resultando em uma receita líquida de 9,010 bilhões de reais, ante 8,296 bilhões um ano antes e 8,364 bilhões nos três primeiros meses deste ano, quando a empresa foi afetada por descontos de preços aplicados no final do ano passado.
A dívida líquida ao final de junho somava 7,787 bilhões de reais, queda de 37,5 por cento sobre o final de 2010, enquanto o caixa ficou em 4,121 bilhões, salto sobre os 2,204 bilhões de reais de dezembro passado.
Fonte: O Estado de SP