Além disso, o anúncio informa a população que nesta terça-feira, os professores estaduais realizaram uma paralisação e reunião para decidir sobre o estado de greve da categoria. Uma petição pública online intitulada “Dignidade aos Bombeiros Cariocas” também foi criada. O texto da petição lembra o trabalho dos bombeiros durante a tragédia das chuvas no Rio e de acordo com o texto, será enviado a presidenta Dilma Roussef e ao governador Sérgio Cabral. O link é divulgado em diversos blogs, perfis do Twitter, Facebook e Orkut.
Desde domingo, 5 de junho, familiares dos 439 bombeiros presos estão acampados nas escadarias da Alerj, em protesto conta a decisão do governador Sergio Cabral de enviar o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) a prender os bombeiros que ocuparam o pátio do quartel da corporação. Os profissionais estão em manifestação por melhores salários. O pleito é de que o salário base dos bombeiros no estado passe de R$ 945 para R$2 mil, além do direito ao vale-transporte. Segundo Márcio Silva, pai de um dos bombeiros presos, entrevistados pelo Blog “Vi o Mundo”, o Bope não iria prender os 439 bombeiros. “Eles queriam prender somente os 12 líderes do movimento. O grupo não concordou, pois provavelmente os 12 seriam retaliados. Negociou-se com o BOPE a prisão de todos os que estavam no local. Todo o grupo foi transferido para a Corregedoria da PMERJ em Niterói, onde foi mantido em micro-ônibus até ontem (5/6)”, revela o blog.
Para o pai do bombeiro – que está preso – a ocupação do quartel foi uma to de desespero do movimento grevista. “O que aconteceu foi que, como a liderança do governo do Estado não se manifestava, eles entraram em desespero. Eles foram ignorados pelo governador Sérgio Cabral, que não teve sensibilidade política para negociar. E depois, na coletiva de imprensa, em vez de ajudar a apaziguar os ânimos, jogou mais lenha na fogueira ao chamá-los de vândalos, revoltando a classe e a população”, disse Mario Silva, em entrevista ao Vi o Mundo.
O familiar do bombeiro acusa o Bope de ter destruído o quartel. “A manifestação tinha cunho pacífico. Ninguém é louco de levar família com filhos para uma manifestação, pensando em confronto e baderna. Quem destruiu o quartel foi o BOPE no momento da invasão. Só não morreu ninguém por obra de Deus. Dispararam tiro de fuzil do lado de fora e gás lacrimogêneo na sala em que estavam mulheres e crianças”, revela. Marcio Silva.
O Diretório Central dos Estudantes Vladimir Herzog, o Diretório Acadêmico de Comunicação Social Leonel de Moura Brizola, o Diretório Acadêmico de Direito João Cândido e o Diretório Acadêmico de Turismo João Amazonas, entidades representativas dos estudantes das Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA-RJ), divulgaram nota de repúdio a prisão dos bombeiros. Além desta, outras notas e moções de repúdio e solidariedade vem sendo publicadas por diversas entidades e blogs e perfis de usuários de redes sociais como o twitter e o facebook.
Ainda, essas redes sociais são usados para convocar a população a participar de uma caminhada no próximo domingo, 12 de junho, entre 10h e 13h, em Copacabana, em apoio ao movimento grevista dos bombeiros. No perfil do Facebook do movimento intitulado “Renuncia Cabral”, o estudante Matheus Bernadino postou um comentário em que questiona a decisão do governador do estado: “Precisamos acabar com a palhaçada no governo. Ele acha o quê? Que o estado do Rio é o condomínio dele? Queria ver se ocorresse um incêndio na casa dele, se o pessoal do Comitê Olímpico iria apagar o fogo? Porque parece que é a única coisa que realmente importa para o governador e para o senhor prefeito Eduardo Paes, são os jogos olímpicos”. E finaliza: “Gente tenho 15 anos e estou de saco cheio”.
Fonte: Blog do NPC
