A morte de Suelme Victor Evangelista de Moraes, de 26 anos, no mirante de Chapada dos Guimarães, no mês passado, trouxe à tona os problemas estruturais nos pontos turísticos de Mato Grosso. O município, que fica a 64 quilômetros de Cuiabá, recebe anualmente cerca de 90 mil visitantes.
Três semanas depois do acidente, o mirante continua sem nenhuma segurança aos turistas, que continuam lotando o local, a uma altura de 80 metros. Estado e município esperam uma decisão da Justiça para saber a quem cabe a responsabilidade por administrar o espaço. Ambos alegam que a área é particular e que está sob processo judicial, com demandas de quatro pessoas que se dizem proprietárias da área.
“No Mirante não há nenhum sistema de segurança ao turista. Qualquer pessoa e até criança podem ser vítimas de uma queda semelhante à do rapaz”, disse José Carlos, professor de Turismo. “É uma falta de respeito uma cidade como esta, conhecida mundialmente, não contar com uma estrutura adequada para receber seus turistas”, afirmou.
Ele lembra outro caso semelhante, em abril de 2008, quando uma pessoa morreu e seis ficaram feridas devido à queda de um bloco de rocha do paredão da Cachoeira do Véu de Noiva. Na época, o espaço foi interditado e passou por análise dos fiscais do Ibama. Durante meses, os visitantes ficaram proibidos de irem até o local do acidente. Hoje, o passeio é autorizado somente com guia turístico credenciado.
De acordo com a secretaria de Turismo do Estado (Sedtur), Teté Bezerra, a maioria dos locais de visitação estão localizados em propriedades particulares e isso impede a ação do governo.
Ela lembrou que a Sedtur está trabalhando em parceria com a Agecopa. Um dos avanços, por exemplo, são projetos em formatação, como o Portal do Turista. Ele funcionará como uma cidade virtual, permitindo o acesso às informações sobre os pontos turísticos, roteiros de viagens, hotéis e restaurantes. Além de ser um eficiente canal de comunicação com turistas, o site é uma poderosa ferramenta de marketing para divulgação de Mato Grosso em nível internacional.
Outros detalhes são referentes aos investimentos na área de turismo na região da baixada cuiabana, com revitalização de pontos turísticos e qualificação da mão de obra do setor.
Teleférico
Segundo a Agecopa, em 30 dias começam as obras do teleférico em Chapada. A obra, orçada em R$ 6 milhões, já está licitada e o Relatório de Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) foi aprovado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema). A Secretaria de Meio Ambiente liberou a licença de instalação o que permitirá o início da construção. A empresa vencedora da licitação, a Zuchetto Máquinas e Equipamentos Industriais Ltda, terá um prazo de 12 meses para entregar teleférico. O equipamento será operado por uma concessionária, que será escolhida por meio de processo licitatório.
O teleférico percorrerá um percurso de 1.500 metros, ligando o mirante da região da Pousada Penhasco a Serra do Atimã. Serão 30 cabines, cada uma com capacidade para duas pessoas. Do alto do teleférico os turistas terão uma visão privilegiada do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, atração que valorizará ainda mais o turismo regional.
De acordo com o diretor de Assuntos Estratégicos da Agecopa, Yuri Bastos Jorge, além do teleférico, a Agecopa também vai revitalizar o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, incluindo pontos turísticos importantes como a Salgadeira, Portão do Inferno, Cidade de Pedra e cachoeiras.
Fonte: Portal Copa 2014