A oferta de John Elkann, presidente da Fiat, para a aquisição do controle da Fórmula 1, pode dar à Ferrari um impulso de marketing em nível global, contudo vem em um momento no qual o evento automobilístico mais visto do mundo está perdendo o brilho.
No início do mês, Elkann e James Murdoch, presidente executivo de operações internacionais da News Corp, fizeram à CVC Capital Partners uma oferta conjunta, de oito bilhões de euros, segundo se comenta, de compra da F1 após o término, em 2012, dos acordos comerciais vigentes.
A proposta foi feita por meio da holding Exor S.p.A, dirigida por Elkann, que detém o controle do Grupo Fiat, com 30% do capital, também sócio majoritário da Ferrari.
Embora a Fórmula 1 ainda seja o evento do gênero com a maior audiência, 200 milhões de telespectadores em mais de 60 países, esse número caiu 10% em relação a 2006.
O público pagante também está, cada vez mais, sumindo dos autódromos, cujos ingressos, dado seu preço, se tornaram artigos de luxo.
Além disso, somente duas¬ montadoras, Ferrari e Mercedes, ainda mantêm suas equipes, uma vez que a Renault deixou de ter uma participação permanente, e a BMW, Honda e Toyota se foram há alguns anos.
Por fim, os patrocinadores que contribuem com a maior parte das verbas necessárias para manter o circo da F1 estão desaparecendo. Por que, então, Elkann deseja o controle da Fórmula 1 no momento em que ela está perdendo parte de sua popularidade?
Porque um relançamento da categoria teria um impacto positivo, em todo o mundo, na imagem e visibilidade da Ferrari, que, embora tenha sido a montadora mais lucrativa em termos de margem operacional no ano passado, não investe em publicidade, com exceção da Fórmula 1. Portanto, é essencial para a empresa que a audiência do evento aumente, e não diminua, para justificar as despesas vultosas de sua participação nele.
A soma da idade de Elkann, 35 anos, e a de Murdoch, 38, é 73, enquanto Bernie Ecclestone, há tempos o mandachuva absoluto e atual presidente da Fórmula 1, na qual detém participação de 20%, tem 80 anos.
Não se sabe se os jovens John e James conseguirão atrair sócios suficientes para reunir a quantia astronômica necessária para obter o controle da F1.
Fonte: por Luca Ciferri, do Advertising Age