Segunda, 19 Mai 2025

O juiz Michael Obus, da Suprema Corte do Estado de Nova Iorque, aceitou o pedido de fiança de US$ 1 milhão feito pela defesa do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, para que ele responda ao processo em liberdade. Ele foi indiciado nesta quinta-feira sob sete acusações de violência sexual contra uma camareira de 32 anos do hotel Sofitel de Manhattan. Ele usará bracelete eletrônico e estará sempre acompanhado de um policial armado. Mais US$ 5 milhões serão pagos em caução.

Na segunda-feira passada, a juíza Melissa Jackson havia negado o pedido e Strass-Kahn foi enviado para o presídio de Rikers Island, em Nova Iorque. A defesa chamou de "injusta" a decisão anterior e pediu que ele pudesse responder ao processo junto a sua mulher e sua família e sugeriu um pacote de restrições a serem impostas para que o ex-diretor ficasse em liberdade, como uso de monitoração eletrônica e confinamento em um apartamento. Sua esposa, a jornalista Anne Sinclair, estava presente na Suprema Corte.

Segundo um dos advogados, a única consideração que podia ainda impedir a concessão da fiança seria o risco de fuga. "Mas o Senhor Strauss-Kahn é um rosto conhecido por todo mundo ou quase todo mundo neste país. Ele já é visto como um agressor sexual e não vai querer também viver como fugitivo."

Strauss-Kahn renunciou ao cargo no FMI na noite de quarta-feira e afirmou que deixa o posto "para proteger a instituição". ‘Eu gostaria de dizer que eu nego com a maior firmeza possível todas as acusações que foram feitas contra mim", escreveu. "Eu quero devotar toda a minha força, todo o meu tempo e toda a minha energia para provar a minha inocência", acrescentou.

Seleção para diretor do FMI abre disputa entre ricos e emergentes

O processo de seleção para substituir Strauss-Kahn já começou e será um processo transparente e baseado no mérito, afirmou nesta quinta-feira o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Os líderes do G-20 têm prometido reformar o processo de seleção dos líderes do FMI e do Banco Mundial, argumentando que não se deve mais apontar automaticamente um europeu para o FMI e um norte-americano para o Banco Mundial, com o consenso firmado em acordos de bastidor. No lugar disso, o G-20 tem defendido um processo aberto, transparente e baseado no mérito.

A renúncia de Dominique Strauss-Kahn ao cargo desencadeou uma disputa aberta entre a Europa e países emergentes. Enquanto Strauss-Kahn estava no poder, representantes de diversos governos, inclusive de países da Europa, manifestaram necessidade de que o FMI tivesse uma representação maior das nações emergentes. Agora, no entanto, com o cargo de diretor-gerente em aberto, ficou clara a divergência entre os europeus e os países em desenvolvimento.

Enquanto a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que "há boas razões" para que o cargo continue nas mãos de um europeu, como noticiou toda a imprensa, representantes da Tailândia, das Filipinas e da Indonésia afirmavam que queriam um preposto da Ásia ou de um país emergente na chefia do FMI, conforme destacou o Wall Street Journal. O da Tailândia chegou a indicar o nome do ministro da Economia de Cingapura. Além desses países, a China, o Brasil, o Chile e a África do Sul manifestaram desejo de que a tradição de o FMI ser dirigido por um europeu fosse quebrada.

A dificuldade está no fato de que os emergentes têm divergências entre si, devido a diferentes interesses econômicos, avalia o Financial Times. Já os europeus têm um nome cada vez mais citado como favorito, o da ministra das Finanças da França, Christine Lagarde.

Fonte: Jornal do Comércio - RS

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