Segunda, 19 Mai 2025

O mito das artes Marciais não merecia tamanho desrespeito.

Não importa qual seja sua idade, sexo ou religião, você com certeza sabe quem é Bruce Lee, a lenda maior das artes marciais, o único homem, dentre todas as criaturas vivas da galáxia que já tocou, e derrotou, Chuck Noris em uma batalha. Piadinhas a parte, Bruce é o homem que redefiniu o alto conceito sobre artes marciais, e mais ninguém “pós-Bruce Lee” chegou perto de fazer pelas artes marciais o que ele o fez.

No mundo dos games, não faltam referências a seu estilo de luta, biótipo e voz. Os exemplos mais bem sucedidos são Fei Long de Street Fighter e Forest Law da série Tekken. Com relação a games que levam o próprio Bruce Lee como protagonista, a coisa nunca funcionou a contento, já que nenhum de seus games jamais foi verdadeiramente bom, o que inclui o provavelmente mais conhecido dentre eles, The Bruce Lee Story, para SNES.

No longínquo ano de 2002, um projeto levando o nome de Bruce Lee veio a tona, e parecia, conceitualmente, bem interessante. Imaginou-se que a produtora Ronin Entertainment (?!) faria algo a altura do mestre das artes marciais, uma vez que anunciou que o game seria exclusividade do Xbox, o mais poderoso Hardware da geração. Prometeu-se também uma boa história, que não seria baseada em nenhum filme de Bruce, mas que seria uma homenagem a ele e a seu tempo. Nunca pude jogá-lo antes, mas eis que a pouco tempo, mesmo que anos depois do lançamento, tive a chance de experimentar o game por completo. Após essa experiência, resolvi ignorar meu pré-concebido cronograma para trazer a vocês mais um review da minha “seção” (um dia chega lá) Trash Games, infelizmente. Vamos à análise de Bruce Lee: Quest of the Dragon.

Um chute nos bagos do gamer
Qualquer ser humano que se dê ao trabalho de adquirir um game com Bruce Lee na capa, espera que, no mínimo, ele possa chutar muitos traseiros, se utilizando do artista marcial mais poderoso do mundo, usando o Jeet Kune Do e seus plásticos, belos e mortais movimentos. Dane-se a história, dane-se uma dublagem não muito boa, se a jogabilidade e o visual trazerem ao jogador a experiência de controlar Bruce Lee em toda sua fúria, a diversão estaria mais do que garantida, e o game mais do que recomendado.

A produtora do game entendeu certa parte do parágrafo acima. A história do game é virtualmente nula. Em Quest of the Dragon, Bruce Lee terá de enfrentar o grupo chamado Black Lotus a fim de resgatar uma relíquia sagrada que foi roubada, assim como seu pai, que foi sequestrado. Além disso, terá de dar cabo ao plano da Black Lotus de criar super-lutadores se utilizando da relíquia roubada. Apesar de parecer bem bestinha, a história não é muito diferente das histórias dos filmes estrelados por Bruce Lee, e já que a idéia era uma homenagem a Bruce e seus filmes, faz sentido esse teor clique e meio sem sentido da história. As cut scenes que apresentam os momentos de história são terríveis, além de um péssimo sincronismo entre fala e voz, possuem desnecessários e mau escritos diálogos, com certeza o roterista aqui foi uma das últimas preocupações dos produtores.

História a parte, a produtora entendeu também que não precisaria se esmerar na sonoplastia. São poucas as músicas que compõem a trilha sonora do game, que não são ruins, mas a repetição delas as faz parecer bem piores do que realmente o são. Os dubladores parecem tão somente estar cumprindo uma fatídica obrigação. Todas as vozes são monótonas, ou irritantes, sem contar com o fato de quase nunca se encaixarem bem com o personagem em questão, exemplo claro disso é o instrutor de Bruce, uma das piores dublagens que já vi na vida. A única exceção nesse setor é o dublador do próprio Bruce Lee, que se não é uma maravilha, incorporou bem o seu papel na dublagem dos famosos gritos de batalha de Bruce.

Uma história que não cativa, unido a uma dublagem que não empolga em momento algum, fazem dessa parte do contudo de Quest of the Dragon, uma experiência extremamente vazia.

Se a Ronin Entertainment compreendeu parte da pressuposta lógica que faria Bruce Lee Quest of the Dragon um bom game de ação, ignorando história e não dando a devida atenção à parte sonora, não compreendeu a outra parte, e é ai que o game chega a doer ruim.

Leiam novamente o primeiro parágrafo da análise em si. Jogabilidade e visual, era só Quest of the Dragon possuir uma boa jogabilidade e um bom visual, e ele provavelmente teria sido avaliado razoavelmente pela critica especializada, e vendido o suficiente para uma nova empreitada, em uma melhor estruturada sequencia. Mas não, eis que aqui Quest of the Dragon conseguiu piorar todas as falhas cometidas por The Bruce Lee History.

O visual do game é tétrico, não parece game de Xbox, um console que foi capaz de conceber games de beleza ímpar como Ninja Gaiden. Na verdade, me arrisco a dizer que, no geral, Quest of the Dragon é um dos games mais feios do Xbox.

A construção de personagens é horrorosa. O personagem Bruce Lee até que não é tão ruim assim, apesar de o mesmo ter ficado com uma “cara de pastel” que só vendo para acreditar, entretanto, todos, eu disso TODOS, os outros personagens que apareçam na tela são tão horrendos, que possuem até mesmo uma anatômica que nem sempre parece humana, lembrando muito os modelos ruins de Mortal Kombat Shaolim Monks. Além disso, os personagens apresentam uma quantidade de detalhes minúscula, o que não dá a eles uma personalidade, deixando todos muito genéricos. Somado a isso, todos possuem uma quantidade de polígonos muito baixa em sua construção, o que os deixa muito “quadradões”. Resumindo a ópera, os personagens parecem ter saido de um game de Nintendo 64.

Fonte: GameHall

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