O pai da menina Lavínia, Rony dos Santos, passou mal e precisou ser amparado por amigos e familiares ao chegar no velório da filha Lavínia na manhã desta quinta-feira (3) no Cemitério do Corte 8, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A mãe de Lavínia, parentes e muitos amigos estão no local. O enterro está previsto para acontecer às 11h.
Lavínia Azeredo, de seis anos, foi encontrada morta por asfixia nesta quarta-feira (2) em um quarto de hotel em Caxias. Segundo a polícia, o crime foi cometido por uma mulher apontada como amante do pai da criança, Luciene Reis, que confessou ter matado a menina.
A polícia investigava o desaparecimento de Lavínia desde segunda-feira (28), quando os pais acordaram e perceberam que a menina havia sumido de casa. Desde o início das investigações, Luciene já era apontada como principal suspeita. De acordo com Santos, ela teria feito ameaças.
Luciene deixou a delegacia de Campos Elíseos 60ª DP (Campos Elíseos) na noite de quarta-feira debaixo de pedradas, vaias e gritos de "assassina". Luciene foi transferida para a carceragem da Polinter em Magé, na baixada, sob forte esquema de segurança.
Mais cedo, policiais militares tiveram que usar spray de pimenta para conter a manifestação que se formou na porta da delegacia.
O delegado Robson da Costa, que estava à frente das investigações, disse que a mãe de Luciene conversou com a filha e a convenceu a confessar o crime no depoimento prestado ao delegado substituto, Luciano Pinheiro Zahar.
Zahar disse que os pais da menina Lavínia devem ser chamados para depor novamente. O delegado substituto contou ainda que Luciene chorou durante o depoimento que durou quatro horas.
- Ela se demonstrou bem difícil durante o depoimento e chorava o tempo todo.
Imagens reforçam suspeita
O delegado Robson Costa conseguiu imagens do circuito interno de um ônibus que mostra a menina Lavínia na companhia de Luciene. Ele disse que as imagens serão usadas como prova de que a mulher matou a criança.
- Depois que conseguimos imagens, ficou difícil de ela não confessar. A mãe dela ajudou, pediu para a filha ’começar uma vida nova’.
Segundo o delegado, a suspeita tentava extorquir R$ 2.000 do pai da menina. De acordo com Costa, Luciene dizia ao pai de Lavínia, Rony dos Santos, que o dinheiro seria dado ao seu ex-marido, a quem ela acusava do sequestro da garota.
.Com esse argumento, a polícia montou uma estratégia para pegá-la. Santos, com ajuda da polícia, marcou um encontro com a suspeita, dizendo que daria o dinheiro a ela. Luciene compareceu ao encontro e foi levada para interrogatório na delegacia, onde permanece na tarde desta quarta.
Costa diz que, quando a polícia chegou ao quarto do hotel, havia um cheiro forte. Pelo odor, o delegado diz acreditar que a menina tenha sido morta na segunda-feira (28), dia em que ela foi sequestrada.
- Acredito que a Luciene tenha conseguido convencer a menina a sair de casa sem necessidade de força.
O delegado diz que uma testemunha afirmou que viu Luciene perto da casa de Lavínia.
As funcionárias do hotel viram as imagens de Luciene na televisão e chamaram a polícia, pois reconheceram a amante do pai da criança. Elas viram a mulher no hotel.
O delegado disse que o corpo de Lavínia estava de bruços e com uma toalha no rosto. Costa se emocionou e chorou ao dizer que esperava encontrá-la viva, em entrevista ao vivo ao programa Balanço Geral, da Rede Record.
- Apesar de fazer parte da minha rotina, não me conformo como pode alguém fazer isso com uma criança de seis anos.
Desaparecimento
A polícia chegou a cogitar a participação direta do pai ou da mãe, Andréia Azeredo. A primeira versão da história, contada pela mãe, seria a de que Santos havia chegado a sua casa às 3h e, quando acordou às 5h45 para trabalhar, verificou que a janela e a porta do quarto estavam abertas e a menina não estava mais na cama.
De acordo com a mãe, um móvel foi arrastado para perto da janela do quarto da criança e teria auxiliado na invasão da casa.
Fonte: R7