Quinta, 16 Janeiro 2025
Thiago Ramos de Souza, a maior vítima dos conflitos trabalhistas que mudaram a rotina do Complexo de Suape, é também a principal fonte para elucidar quem foi o autor do tiro que lhe colocou em uma cama de hospital, sem poder falar ou mastigar, há uma semana. Ontem, o Ministério Público do Trabalho em Pernambuco (MPT-PE) intimou a direção do Hospital Português a informar se o armador baiano de 23 anos, natural de Paulo Afonso, poderá prestar depoimento até sexta-feira. Souza será operado amanhã. Sua mandíbula, fraturada pelo disparo, será reconstituída. A bala está, inclusive, alojada no seu pescoço. Enquanto isso, novas informações são levantadas sobre as circunstâncias do incidente.

A nova versão, revelada por trabalhadores que estavam no meio da confusão da última quarta-feira e que pediram anonimato, volta a apontar um integrante do Sintepav-PE como autor do disparo. Perseguidos por uma massa revoltada de trabalhadores, pessoas da entidade fugiram. Um Fiesta, levando o presidente Aldo Amaral, foi o primeiro a sair do local. O segundo, um Corsa sedã, também conseguiu escapar. Mas o terceiro e último automóvel, um Palio, foi cercado. Os trabalhadores tentaram virar o veículo. Foi quando uma das pessoas no seu interior (não foi dito quantas haviam) atirou, atingindo Thiago no rosto.

O Sintepav-PE conta outra história. Tanto Aldo Amaral quanto o advogado da entidade, Fred Tavares, afirmam que os oito integrantes do sindicato, acuados, fugiram do local e só souberam do tiro quando estavam em um posto de combustíveis na rodovia PE-60. No boletim de ocorrência registrado pela Força Tarefa Sul, na manhã do último dia 9, três testemunhas acusavam o segurança do Sintepav-PE Edmilson Severino dos Santos. Ele prestou depoimento no mesmo dia e, às 20h10, realizou um exame, cujo resultado preliminar não encontrou resíduos de pólvora em suas mãos.

Porém, segundo o laboratório do Instituto de Criminalística de Pernambuco há variáveis que podem alterar o resultado, tais como a arma ou munição utilizada. Acontece que, segundo a equipe médica do Hospital Português, a prioridade na cirurgia de amanhã não será a retirada do projétil, mas reparar a fratura na mandíbula de Thiago.

O delegado de Ipojuca, Paulo Alberes, procurado pela reportagem para esclarecer as informações, não vai se pronunciar para não atrapalhar as investigações. Mas de acordo com informações extra-oficiais da polícia, o suspeito não tem como sustentar o argumento de que disparou em legítima defesa, dando margem assim a um indiciamento por tentativa de homicídio.

Fonte: Jornal do Commercio

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

topo oms2

Deixe sua opinião! Comente!