A nova versão, revelada por trabalhadores que estavam no meio da confusão da última quarta-feira e que pediram anonimato, volta a apontar um integrante do Sintepav-PE como autor do disparo. Perseguidos por uma massa revoltada de trabalhadores, pessoas da entidade fugiram. Um Fiesta, levando o presidente Aldo Amaral, foi o primeiro a sair do local. O segundo, um Corsa sedã, também conseguiu escapar. Mas o terceiro e último automóvel, um Palio, foi cercado. Os trabalhadores tentaram virar o veículo. Foi quando uma das pessoas no seu interior (não foi dito quantas haviam) atirou, atingindo Thiago no rosto.
O Sintepav-PE conta outra história. Tanto Aldo Amaral quanto o advogado da entidade, Fred Tavares, afirmam que os oito integrantes do sindicato, acuados, fugiram do local e só souberam do tiro quando estavam em um posto de combustíveis na rodovia PE-60. No boletim de ocorrência registrado pela Força Tarefa Sul, na manhã do último dia 9, três testemunhas acusavam o segurança do Sintepav-PE Edmilson Severino dos Santos. Ele prestou depoimento no mesmo dia e, às 20h10, realizou um exame, cujo resultado preliminar não encontrou resíduos de pólvora em suas mãos.
Porém, segundo o laboratório do Instituto de Criminalística de Pernambuco há variáveis que podem alterar o resultado, tais como a arma ou munição utilizada. Acontece que, segundo a equipe médica do Hospital Português, a prioridade na cirurgia de amanhã não será a retirada do projétil, mas reparar a fratura na mandíbula de Thiago.
O delegado de Ipojuca, Paulo Alberes, procurado pela reportagem para esclarecer as informações, não vai se pronunciar para não atrapalhar as investigações. Mas de acordo com informações extra-oficiais da polícia, o suspeito não tem como sustentar o argumento de que disparou em legítima defesa, dando margem assim a um indiciamento por tentativa de homicídio.
Fonte: Jornal do Commercio