A Procuradoria Federal junto à Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco) abriu uma investigação para apurar denúncias de trotes a calouros com fezes e urina de animais no campus de Ciências Agrárias, em Petrolina (PE).
O órgão recebeu uma denúncia anônima feita no último dia 5, que traz vídeos e fotos feitos por estudantes em 2007, dentro do campus.
As imagens mostram alunos, alguns amarrados, sendo atingidos com uma mistura de excrementos de animais e ovos podres, segundo relato de estudantes que participaram do trote.
Em nota, a Univasf afirmou que "repudia e coíbe qualquer ato de violência física, psicológica ou de constrangimento que possa ser imposto aos membros da comunidade universitária e, em especial, aos calouros, dentro de seus campi".
Ainda segundo a universidade, a denúncia foi encaminhada à Procuradoria Federal para "análise jurídica e indicação da forma legal de sua apuração e responsabilização, por se tratar de autoria desconhecida".
Vídeos e fotos postados em fóruns e sites de relacionamento na internet apontam que o trote continuou ocorrendo nos anos seguintes, porém fora da universidade.
Segundo relatos de supostos estudantes feitos nesses sites, o trote é voluntário, pago (com a cobrança de ingressos) e não violento (os calouros não são mais amarrados).
"Ah, que espécie de médicos veterinários, zootecnistas ou agrônomos vamos ser tendo nojo de bosta de vaca???? Vamos mexer com isso a vida toda e com coisa pior!", escreveu uma garota que se identifica como uma estudante que participou do trote em 2009.
Neste semestre, que terá início na próxima segunda-feira (21), a Univasf irá receber 540 novos alunos. Para recebê-los, a instituição preparou um trote solidário e atividades recreativas, além de uma campanha institucional que envolve "ações de conscientização e humanização das atividades de recepção aos calouros" e advertências sobre as sanções previstas para quem pratica o trote violento.
Segundo uma resolução aprovada no ano passado pelo conselho universitário da Univasf, estudantes que atentem contra "a integridade física e moral da pessoa" podem ser advertidos, suspensos e até expulsos da universidade.
Fonte: Folha Online
