Escolhido relator da proposta que estabelece novo valor para o salário mínimo, o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), disse ao jornal O Estado de S.Paulo, 12-02-2011, que não sentirá constrangimento se tiver que propor um reajuste menor do que o defendido pelas centrais. Ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vicentinho deverá chancelar a proposta do Planalto do o mínimo de R$ 545. Antes de apresentar o relatório, ele quer conversar, justamente, com os representantes das centrais sindicais, que defendem um aumento de, pelo menos, R$ 560.
Eis a entrevista.
O sr. tem uma trajetória política ligada ao sindicalismo. As centrais resistem à proposta do governo para o mínimo. O sr. se sente constrangido?
Recebi a tarefa de relatar o projeto do mínimo, mas não sinto qualquer dificuldade em assumir essa relatoria e debater o assunto com as centrais. Pelo contrário. Vou procurar as centrais para debater o assunto. Já conversei com o Artur Henrique, presidente da CUT, e vou conversar com as outras centrais.
O sr. vai bancar R$ 545?
Ainda vou estudar a proposta, mas a tendência é essa. O governo quer R$ 545 e diz que não tem margem para negociar.
Como o sr. vai lidar com a pressão das centrais sindicais?
Existe um acordo entre as centrais e o governo e R$ 545 representa o valor combinado. Eu brigava muito quando era sindicalista. Mas quando fechava acordo, sempre defendia que fosse mantido. Acordo é acordo.
As centrais avaliam que poderia haver um aumento maior através de uma antecipação do que seria dado no ano que vem. Isso é possível?
Eu vejo a discussão da antecipação com simpatia. Acho que poderia ser bom. Mas ainda estou estudando a proposta.
O governo quer votar o projeto na próxima quarta-feira. É tempo suficiente para o senhor preparar seu relatório?
Entregarei meu relatório a tempo. Este relator não será problema para a votação.
Fonte: IHU/Unisinos