Quinta, 16 Janeiro 2025
Trinta e cinco trabalhadores demitidos por justa causa no dia 1º de julho do ano passado pela fábrica da Alcoa, em Igarassu, conseguiram uma vitória na Justiça. Na época, seus contratos de trabalho foram rescindidos sumariamente sob a acusação de que eles utilizaram o e-mail corporativo da empresa para trocar mensagens com conteúdo pornográfico. Agora, a Justiça do Trabalho da cidade situada no Grande Recife determinou ao grupo empresarial arcar com 85% da multa rescisória que é normalmente paga nos casos de demissões sem justa causa – e que equivale a 40% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Trata-se de uma quantia que até então eles não tinham direito. Alguns dos ex-empregados tinham mais de 21 anos de carteira assinada na Alcoa.

De acordo com o advogado do grupo, Jefferson Calaça, foi provado que os trabalhadores foram utilizados como “bodes expiatórios” no incidente. “A empresa quis evitar uma sindicância que provaria que a troca de mensagens com pornografia pelo e-mail corporativo era promovida por 80% dos funcionários”, acrescentou. As imagens obscenas ou pornográficas circulavam há muito tempo pelos e-mails corporativos, segundo alegaram

Todos os 35 ex-empregados eram do chamado “chão de fábrica”: da linha de produção e da área de manutenção de máquinas e equipamentos. Outros 77 trabalhadores foram advertidos formalmente. Dias depois às demissões, os trabalhadores argumentavam que não tinham tido direito de defesa e que passaram por constrangimentos, fazendo fila, na frente de seus colegas, para realizarem exames médicos de rescisão contratual.

Como muitos são moradores de Igarassu e cidades vizinhas (Paulista, Abreu e Lima e Itapissuma, por exemplo) a notícia se espalhou rapidamente. A esposa de um deles chegou a tentar cometer suicídio. Os profissionais recebiam salários que variavam entre R$ 600 e R$ 2.000 quando foram demitidos.

Através de sua assessoria de imprensa, a Alcoa se limitou a afirmar que “buscou uma solução que contemplasse a manutenção das justas causas e uma conciliação sobre valores financeiros reivindicados nos respectivos pleitos”.

Na época das demissões, a indústria afirmou, por meio de nota oficial, que lamentava “ter sido forçada a efetuar tais desligamentos, mas que não teria restado outra alternativa, visto que esse comportamento é expressamente proibido pelas políticas da companhia”.

Fonte: Jornal do Commercio

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