O governo do Estado pode acelerar a solução da pendenga jurídica do terreno doado pela Prefeitura de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), à Fiat Automóveis S/A (Fiasa) e destravar o projeto de instalação de fornecedores da montadora italiana provavelmente na área de aproximadamente 3 milhões de metros quadrados localizada ao lado da planta.
"A secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, e a prefeita Maria do Carmo Lara se reuniram na última quinta-feira para discutir como o Estado pode contribuir para resolver a contenda judicial sobre o terreno que a prefeitura doou à Fiat. O Executivo estadual pode, inclusive, pagar um aditivo referente ao valor da área aos antigos proprietários, caso a Justiça determine", afirmou o vice-prefeito de Betim, Alex Amaral.
Amaral lembrou que a questão está na Justiça porque o antigo proprietário da área desapropriada e comprada pela prefeitura do município, com recursos do governo de Minas Gerais, contestou judicialmente o valor pago pelo imóvel. O terreno foi adquirido pela municipalidade em 2009, transformado em área de utilidade pública, através do Decreto Municipal nº 27.887, de 9 de dezembro daquele ano, e doado à montadora após aprovação da Câmara de Vereadores.
De acordo com o vice-prefeito de Betim, na reunião entre a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico e a prefeita do município, outros assuntos de interesse da administração pública local e do Estado, como o investimento da Petrobras na construção do polo acrílico, estimado em torno de US$ 600 milhões e capaz de gerar pelo menos 5 mil empregos, em Ibirité, em terreno vizinho à Refinaria Gabriel Passos (Regap), também foram tratados.
A Prefeitura de Betim tinha a intenção de doar a área para a montadora italiana executar o plano de expansão da unidade instalada no município. Entretanto, a Fiat já admitiu que pode dispor de uma área para abrigar seus fornecedores, o que, segundo fontes de mercado, seria feito justamente no terreno doado pelo Executivo.
Apesar de ainda não ter confirmado a localização do terreno, a Fiat já informou que o projeto visa à redução dos custos e à otimização da produção em virtude da proximidade dos fornecedores com a planta. Ainda não há previsões para a conclusão do julgamento da ação impetrada pelo antigo proprietário do terreno.
À parte da contenda legal, a Fiat já anunciou que iniciará, neste ano, aportes da ordem de R$ 7 bilhões, possibilitando a ampliação da capacidade da planta mineira em 150 mil unidades por ano até 2014. A inversão é parte do plano de investimentos de R$ 10 bilhões, que compreende a construção da segunda unidade no país, que será instalada no Complexo Industrial e Portuário de Suape (PE).
Em 2010, a Fiat registrou recorde de vendas no mercado nacional, com 760,495 mil unidades vendidas, 3,2% a mais que os 736,973 mil veículos comercializados um ano antes. Com o resultado, a montadora também manteve a liderança no market share brasileiro, com participação de 22,8%.
A montadora também bateu o recorde em termos de produção no ano passado. No período, a Fiat produziu 746,472 mil unidades, o que representa um incremento de 1,33% em relação ao total fabricado em 2009 (736,620 mil automóveis) na planta de Betim.
Fonte: Diário do Comércio (MG)
