Trabalhadores das docas começaram, na última sexta-feira, uma greve nacional de quatro dias na França. Eles afirmaram que poderão ocorrer mais paralisações caso os empregadores portuários resistam aos pedidos do grupo, que reivindica melhorias nas condições de trabalho e redução na idade de aposentadoria para profissionais submetidos a grandes esforços físicos.
A frente comunista CGT, maior associação de estivadores do país, pede o apoio dos trabalhadores para que a greve chegue a todos os portos, paralisando a navegação desde o Porto de Marseille, no sul da nação, até Le Havre, maior movimentador de contêineres da França, no norte.
O secretário Geral da CGT, Tony Houtbois, afirmou que todos os portos franceses permanecerão totalmente ou parcialmente parados por quatro dias.
Doqueiros não trabalharam na última sexta-feira e continuarão a greve neste domingo. Outros trabalhadores portuários, como operadores de guindastes, ficarão de braços cruzados neste sábado e na próxima segunda-feira.
O secretário dos transportes, Thierry Mariam, pediu aos sete principais portos do país que retomem as negociações sobre a redução na idade de aposentadoria dos trabalhadores das docas.
Em 2008, O governo forçou mudanças nas condições de trabalho em sete portos controlados pelo poder público (Marseille, Le Havre, Dunkirk, Bordeaux, Rouen, La Rochelle e Nantes-St.Nazaire). A medida fazia parte de uma reforma global para impulsionar a produtividade ao nível de outros portos europeus, que haviam absorvido grande parte da movimentação de contêineres da França. O governo reduziu o controle sobre os portos, mas continua como único acionista dos complexos.
Durante as negociações para implementar a reforma, empregadores concordaram em adiantar a aposentadoria de 5 mil a 6 mil doqueiros. Também foi acertada a transferência de 2 mil operadores de guindastes, que antes eram registrados pela Autoridade Portuária e agora passaram a ser funcionários de empresas privadas.
O governo diz que qualquer acordo deve obedecer a reforma da aposentadoria, votada pelo parlamento em outubro. Com a mudança, a idade mínima para se aposentar passou dos 60 para os 62 anos.
A CGT resiste a tentativas de ligar a redução de idade para aposentadoria dos trabalhadores das docas à reforma nacional de aposentadoria. No último dia 12, trabalhadores portuários aderiram à greve nacional e fecharam o Porto de Le Havre por cerca de uma semana. A paralisação foi uma iniciativa da Federação Nacional de Portos e Docas e tinha as mesmas reivindicações.
Fonte: A Tribuna de Santos