Sexta, 17 Janeiro 2025

Obra inédita no Brasil, a construção de coberturas nos berços de atracação de terminais açucareiros do Porto de Santos aguarda apenas a autorização da Codesp, administradora do complexo marítimo. O projeto é da Rumo Logística, braço da gigante sucroalcooleira Cosan.

A empresa pretende iniciar o empreendimento nos próximos meses, permitindo sua entrega atéo final do ano quevem.

A proteção ampliará a capacidade operacional do Porto, uma vez que possibilitará o embarque de açúcar em dias e noitescom chuva. Tradicionalmente, diante do mau tempo, são suspensos os carregamentos da commodity, que não pode ser consumida depois de molhada.

No ano passado, as operações foram paralisadas em pelo menos 100 dias por conta da chuva.

Em Santos, a Rumo conta com dois terminais ­ o Sul, formado pelos armazéns 18, 19 (ambos na beira do cais) e os externos 5, 10, 15, 20 e 23 (na retroárea), e o Norte, que engloba o 16, o 17 e os externos 4, 9, 14 e 19. O berço de atracação da unidade Sul receberá uma cobertura fixa, enquanto a estrutura do Norte será retrátil.

A cobertura fixa terá 138 metros de comprimento e 76 metros de altura, o equivalente a um prédio de 25 pavimentos. A construção impedirá que as chuvas com inclinação de até 41 graus molhem as cargas.

A proteção foi projetada para atender navios com capacidade de embarque de 80 mil a 120 mil toneladas, como os Panamax e os Cape Size.

Já a cobertura retrátil, chamada de ecoloading, só será ativada em dias de mau tempo. Ela é uma grande capa colocada sobre a boca dos porões dos navios, bloqueando a chuva em qualquer grau de inclinação. A proteção será acionada por cabos e um sistema de ar manterá o tecido esticado. Ela também cobrirá o shiploader, equipamento usado para embarcar o açúcar a granel.

A Rumo pretendia iniciar a cobertura no ano passado, para concluir até dezembro próximo. Porém, foram feitas mudanças no projeto original, atrasando a execução do serviço.

Vários métodos de construção foram estudados para definir como serão feitas as fundações. Aquela região do Porto foi construída em 1910, com pedras retiradas dos morros de Santos.

"Com estes projetos inovadores, poderemos aproveitar ao máximo nossa capacidade de embarque, com a oportunidade de continuar gerando divisas para o país", afirmou o presidente da Rumo Logística, Júlio Fontana Neto.

Investimentos na ampliação e na modernização dos terminais especializados na movimentação de açúcar foram pedidos pelo ex-ministro dos Portos, Pedro Brito, durante sua participação no Santos Export 2010 - Fórum Nacional para a Expansão do Porto de Santos, realizado pelo Sistema A Tribuna de Comunicação em setembro do ano passado.

Nesse mês, a demanda por açúcar no mercado internacional e as chuvas causaram filas com mais de 100 navios na Barra de Santos.

"Essa é uma obra que a Codesp aguarda com expectativa, pois amplia a capacidade do Porto para uma carga já consolidada como uma das principais commodities do agribusiness brasileiro", afirmou o presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra.

Fonte: A Tribuna de Santos

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