O deputado federal Efraim Filho (DEM-PB), disse em entrevista que os sucessivos problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no processo seletivo que usa a nota obtida na prova, o Sistema de Seleção Unificado (SISU), tem indignado candidatos de todo o País. Antes, durante e depois do teste ocorreram erros que prejudicaram diferentes grupos, e estudantes reclamam que o Ministério da Educação (MEC) tem minimizado os problemas sem trazer uma solução.
“O governo admitiu apenas uma pequena parcela dos episódios registrados pelos estudantes. No final do ano passado, o ministro Fernando Haddad, amenizava a situação, lutava com êxito contra decisões da Justiça que defendiam os alunos, e o governo chegou a dizer que o Enem era "um sucesso extraordinário". Lamentou Efraim Filho.
De baixas, até agora, somente a do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Joaquim Soares Neto, que deixou o cargo nesta terça-feira, dia 17, em meio a nova rodada de problemas nas inscrições no SISU. Segundo o governo, sua saída já estava prevista devido a desgastes em 2010 - disse o parlamentar.
-Para quem depende do resultado do exame para conseguir uma vaga na faculdade, um financiamento estudantil ou bolsa, a resposta é insuficiente - Afirmou Efraim Filho
O deputado disse que estará cobrando informações do Governo, em defesa dos estudantes.
Veja a série de erros cometidos pelo MEC:
- Cursos alterados após vazamento de dados
Um problema técnico no site do SiSU expôs dados de candidatos. Ao entrar na página de inscrição para concorrer a vagas em universidades públicas com a nota do Enem, os estudantes conseguiam visualizar dados de outras pessoas como o desempenho no exame e os cursos escolhidos. Há relatos de que era possível alterar dados e de pessoas que, mais tarde, perceberam que suas opções de cursos estavam modificadas.
Resposta do MEC: Admitiu o vazamento de dados, mas diz que não era possível alterar os informações.
- Lentidão para se cadastrar
Estudantes reclamam que não conseguem entrar no SiSU ou completar todas as etapas do processo por conta de lentidão no sistema.
Resposta do MEC: A lentidão se deveu à elevada audiência. O site chegou a receber 47 mil acessos simultâneos. A prorrogação do prazo de inscrições (previsto para acabar dia 18) só foi feita porque a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi forçada pela Justiça a aceitar inscrições até quinta, dia 20.
- Pontuação ou redação zerada
Ao conferir as notas, alunos constatavam que sua redação havia sido anulada, provas estavam sem pontuação ou com o status de “ausente”, em um dos dias do exame.
Resposta do MEC: erro foi dos alunos que não preencheram campo de cor da prova no caderno de respostas
- Dificuldade para recuperar senha
Uma instabilidade impossibilitava a recuperação da senha de acesso ao site do Inep que divulgava as notas do Enem. Após preencher todos os campos, o candidato recebia a seguinte mensagem: "Erro inesperado, por favor tente novamente mais tarde".
Resposta do MEC: O site estava sobrecarregado devido ao grande número de acessos, e os alunos poderiam fazer a solicitação por sms.
- Gabarito invertido
No primeiro dia de prova, vinha na frente as questões de Ciências Humanas e depois as de Ciências da Natureza, mas o gabarito invertia a ordem. Os fiscais deveriam ter orientado candidatos a preencher a resposta conforme o número da questão, mas nem todos passaram a informação correta aos estudantes. Algumas pessoas dizem ter feito o contrário e outras contam que preencheram de um jeito até a metade e de outro dali para frente.
Resposta do MEC: Fez um site para que prejudicados que responderam de forma invertida pudessem informar isso e ter a correção feita da mesma forma. Mas só havia a opção de inverter tudo.
- Impressão repetia questões
Um lote de 33 mil provas foi impresso com erro de ordenação que repetia questões e deixava outras de fora. Segundo a gráfica, foram distribuídas 21 mil destas para candidatos.
Resposta do MEC: Só os prejudicados que tiveram o problema registrado em ata pelos fiscais tiveram direito à prova substituta.
- Troca de mensagens durante a prova
Um repórter do Jornal de Pernambuco que fez o exame enviou uma mensagem com o tema da redação pelo celular ao ir ao banheiro, meia hora após o início do teste. Candidatos confirmam que era possível colar.
Resposta do MEC: desclassificou apenas candidatos comprovadamente usaram redes sociais no horário do exame.
- "1808" citado como 1810
Uma pergunta incluía trecho do livro “1808” de Laurentino Gomes com erro de data (afirmava que a abertura dos portos no Brasil ocorreu em 1810).
Resposta do MEC: A confusão não impedia que o candidato chegasse à resposta correta.
- Redação vazou
Uma professora que aplicou a prova em Remanso, na Bahia, abriu um caderno de questões destinado a cegos duas horas antes do início das provas. Ela viu o tema da redação, Trabalho e Escravidão, e vazou a informação para o marido que fez uma pesquisa na internet para o filho. O estudante também pediu ajuda a professores.
Resposta do MEC: Apenas o candidato foi desclassificado.
- Distância dos locais de prova
O local da prova foi agendado por ordem alfabética e em muitos casos ficava bastante longe do endereço do candidato. Alguns atrasados e ausentes culparam a distância que em alguns casos era de até 30 quilômetros.
Resposta do MEC: Não esclareceu o critério para locais de prova, disse que monitorava possíveis problemas, mas não tomou nenhuma providência.
Fonte: Paraíba.com