Bastante criticada pela oposição durante as eleições, a baixa qualificação profissional do pernambucano será um dos principais desafios dos próximos 4 anos de governo. Hoje, o Estado vive na prática o chamado apagão de mão de obra, com a necessidade de importar profissionais de outros Estados e até de fora do País para atender a demanda. Em 2011, pelo menos duas importantes obras entram na sua fase de pico: a Refinaria Abreu e Lima, em Suape, e a ferrovia Transnordestina, que corta os Estados de Pernambuco, Ceará e Piauí. Só na refinaria serão 28 mil profissionais, além de outros 20 mil na ferrovia.
“A secretaria surge com o desafio de suprir as vagas abertas pelos empreendimentos. Não queremos que a refinaria seja em Pernambuco, mas que seja de Pernambuco, que a população aproveite as oportunidades”, afirma o governador, dizendo que a pasta vai dialogar com instituições de ensino, como universidades, institutos federais e o próprio Sistema S, que hoje já é um dos principais parceiros. Eduardo não adiantou qual será o orçamento da nova secretaria, mas garantiu que será “reforçada para garantir os resultados esperados”.
Há 14 anos na diretoria regional do Senai, Antonio Carlos Maranhão conhece de perto a revolução industrial que aconteceu no Estado e a necessidade de treinar pessoal para os empreendimentos. A instituição tem contribuído para a formação de profissionais para o Estaleiro Atlântico Sul, PetroquímicaSuape, refinaria, Hemobrás, Transposição, Transnordestina e tantos outros.
“Uma das minhas primeiras ações na Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo será fazer um mapeamento da necessidade de mão de obra do Estado para ter uma ideia mais precisa da distribuição dos investimentos. Isso vai valer tanto para a área industrial quanto para agricultura, infraestrutura e outras”, adianta Maranhão. Ele diz que a estrutura da secretaria (número de funcionários e orçamento) ainda será modelada. “A orientação do governador é de que a nova secretaria dialogue com as pastas da Educação e Desenvolvimento Econômico para estar alinhada com as demandas que vão surgindo”, destaca.
Formado em engenharia mecânica, Antônio Carlos Maranhão se dedica à educação há 35 anos como professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Nos últimos 14 anos atuou como diretor regional do Senai. No setor industrial, foi engenheiro e diretor da Companhia Siderúrgica do Nordeste, entre os anos de 1966 e 1985. Durante o segundo governo Miguel Arraes, ocupou o cargo de presidente da Compesa, entre 1987 a 1989. Na época, a companhia era vinculada à Secretaria de Saneamento, Obras e Meio Ambiente.
A pasta de Desenvolvimento Econômico e a presidência do Porto de Suape passam para as mãos do atual secretário de Planejamento, Geraldo Júlio. A presidência do Porto do Recife será ocupada por Pedro Mendes, que sai da Secretaria de Juventude e Emprego que mudou de nome para Criança e Juventude. Hoje que ocupa o cargo é Sileno Guedes, que vai para Articulação Social e Regional.
Fonte: Jornal do Commercio