O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em operação no Complexo de Suape, ofereceu o menor preço na licitação dos navios-sonda que serão encomendados pela Petrobras para explorar o petróleo do pré-sal. Os envelopes com as propostas comerciais foram abertos ontem, mas a estatal só fará a divulgação oficial depois de concluir a negociação dos pacotes. O EAS ofertou preço de US$ 4,65 bilhões para um lote de sete embarcações, com valor médio de US$ 664,3 milhões cada uma. A ideia da Petrobras é licitar quatro pacotes de sete sondas, totalizando 28 embarcações.
A diretoria do Atlântico Sul preferiu não se pronunciar sobre o resultado da licitação antes de a Petrobras fazer o anúncio oficial. Na última quarta-feira, antes da abertura dos envelopes, o presidente do EAS, Angelo Bellelis, comentou que o EAS e o estaleiro fluminense Keppel Fels seriam os dois empreendimento com melhores condições para atender à Petrobras. “Os outros estaleiros são virtuais. O tamanho da encrenca para os outros será maior do que para nós”, brincou o executivo, durante conversa com jornalistas no evento CEO Fórum 2010, da Amcham.
Depois do preço oferecido pelo EAS, a melhor cotação foi a do consórcio Alusa e Galvão Engenharia, que ofertou o pacote por US$ 4,67 bilhões, correspondendo a um preço individual de US$ 668,4 milhões por sonda. O consórcio chegou a assinar protocolo de intenção com o governo de Pernambuco para construir um estaleiro no Complexo de Suape, caso vencesse a licitação, mas acabou anunciando o empreendimento em Barra do Furado, no norte do Rio de Janeiro. O estaleiro tinha investimento estimado em US$ 495 milhões e previa a geração de 2.500 empregos.
O Atlântico Sul também apresentou menor preço para a construção de outras duas sondas, com valor de US$ 719 milhões. Apesar de apresentar a melhor cotação, pelas regras da disputa o estaleiro só poderia ficar com uma dessas duas embarcações. Depois de apresentadas as propostas, a Petrobras ainda vai conversar com os estaleiros para tentar uma redução nos valores.
Angelo Bellelis adianta que se vencer a licitação será necessário realizar um investimento de R$ 200 milhões na área de offshore do EAS. Hoje, está em obra a construção de um cais de acabamento. O dinheiro será utilizado na construção de mais oficinas e no prolongamento da área onde estão localizados os guindastes Goliaths.
A encomenda das sondas vai garantir um upgrade ao EAS. Além de ter maior valor agregado, as sondas são embarcações de maior complexidade tecnológica. Com o pacote, o estaleiro vai mais que dobrar sua carteira de encomendas, estimada hoje em US$ 3,5 bilhões.
Enquanto a Petrobras não divulga o resultado final da licitação, o EAS segue trabalhando para entregar as atuais encomendas. Amanhã, será içado para dentro do dique seco o maior megabloco já movimentado pelos Goliaths do estaleiro. Será um bloco gigante de 2,5 mil toneladas, que pertence à plataforma P-55 da Petrobras e será entregue em julho de 2011.
Fonte: Jornal do Commercio